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11-03-2006

A estratégia está errada porque há menos poder de compra


Aveiro - Marques Mendes diz que o país "está a andar para trás"

O líder do PSD, Marques Mendes, disse ontem à noite em Aveiro que os principais indicadores económicos mostram que o país está "a andar para trás, mesmo que o Primeiro-Ministro diga que está no bom caminho".

Em defesa da sua tese referiu que o crescimento da economia se situou em 2005 em 0,3 por cento, quando no ano anterior tinha sido de 1,1 por cento, que as exportações se quedaram em 2005 por 0,9 por cento, quando em 2004 tinham sido de 4,5 por cento, e que o investimento produtivo, que em 2004 tinha sido de 1, 8 por cento, em 2005 apresentou um valor negativo de 3,6 por cento.

"De um lado temos a propaganda do Primeiro-Ministro e do governo, que diz que estamos a ir bem, e do outro a realidade dos números e que as pessoas sentem", disse Marques Mendes, ao dar posse à comissão política do PSD de Aveiro, liderada por Ulisses Pereira, reeleito após a conquista da Câmara de Aveiro ao PS , em coligação com o CDS.

"Significa que a estratégia está errada porque há menos poder de compra , menos competitividade e mais desemprego", concluiu.

Em relação ao que considerou ser "a propaganda das várias cerimónias re lativas a contratos de investimento", comentou que se se verificarem dará os parabéns ao governo, mas sublinhou que "em grande parte dos casos são intenções e não concretizações".

Das críticas ao governo, Marques Mendes passou para o plano interno, avisando que o partido está a iniciar um ciclo longo e diferente, em que pela primeira vez é oposição a uma maioria absoluta de um só partido e durante um período em que não haverá eleições ou referendos com significado político pelo meio.

"É um quadro de grande dificuldade, mas só as coisas difíceis são estimulantes. Era difícil ganhar as autárquicas e tivemos um expressivo número de câmaras, aumentando o número de mandatos. Era difícil ganhar as presidenciais e a e leição de Cavaco Silva foi outra importante vitória que orgulha o PSD e o CDS, que o apoiaram", lembrou.

Perante os militantes que enchiam a sala de uma unidade hoteleira de Aveiro, Marques Mendes assumiu o seu objectivo pessoal de levar o PSD numa "corrida de fundo" até 2009 para voltar a ser governo em Portugal, mas deixou avisos: " hoje e durante vários anos não vamos ter nada para distribuir a não ser ideias e este é um tempo em que só está quem acredita em ideais".

Advertiu que o próximo congresso "é importante para ganhar credibilidade", defendendo que as eleições directas são "um sinal de abertura e de responsab ilidade", não sendo uma mera questão burocrática, mas de significado político.


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