A Câmara Municipal, através do Projecto “(Entre)Laços” e em parceria com a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Oliveira do Bairro (CPCJ) deu início, no passado dia 8 deste mês, a uma Acção de Formação, subordinada ao tema “Avaliação e acompanhamento de crianças/jovens em situação de risco” A promoção de formação especializada é uma das 5 Acções deste Projecto e tem como principal objectivo a qualificação de técnicos do concelho que trabalham directamente nesta área, muito embora tenha sido dada a possibilidade a técnicos de outros serviços extra-concelhios, nomeadamente das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ’s) do Baixo Vouga e do Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro, para participarem. A adesão ultrapassou as expectativas previstas tendo sido aceites 74 inscrições. Na sessão de abertura o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Mário de Oliveira salientou a preocupação permanente da autarquia em criar oportunidades para “melhorar as condições de vida das populações que residem no nosso concelho”, sendo que “a questão das crianças e jovens em situação de risco merecem a maior atenção dos nossos serviços sociais”. O mestre José Falcão Amaro, representante da área da Infância e juventude dos Serviços Centrais do Instituto da Segurança Social (ISS), por sua vez salientou a importância da formação de todos os técnicos que trabalham nesta área, enfatizando que a qualidade da intervenção depende não só do empenhamento e motivação dos técnicos, mas também beneficia com a partilha de experiências e naturalmente com as oportunidades de formação. Referiu precisamente ser esta última uma das áreas de investimento do Instituto de Segurança Social, prevendo-se que o Centro de Competências para a Formação do ISS vá abranger, no presente ano, cerca de 24.000 técnicos da Segurança Social, reforçando ainda que a formação dos técnicos que integram as CPCJ’s é uma das prioridades do ISS. Por último, Armando Leandro, juiz conselheiro e actual presidente da Comissão Nacional de Crianças e Jovens em Risco, começou por elogiar a autarquia por esta iniciativa e salientou que “todos temos pela frente um desafio de desenvolvimento que, com os nossos parcos recursos materiais, temos que utilizar o melhor possível. Temos, contudo, um elemento fundamental para esse desenvolvimento, que é a PESSOA. Por isso, temos que cada vez mais garantir a qualidade da intervenção junto de todas as pessoas, ter uma particular atenção à criança, que é o nosso futuro. Como sabemos, a qualidade da vida infantil é fundamental para que haja qualidade de vida juvenil e de vida adulta, pelo que temos de caminhar no sentido de alcançar esta qualidade.” Elogiou a iniciativa da autarquia pela “perspectiva, inteligência e sentido de futuro” apresentada, visto que na base do sistema de protecção à criança e ao jovem está, não só a co-responsabilização do Estado, de que os planos integrados (como o SER CRIANÇA) são exemplo, mas também, e fundamentalmente, a existência de planos integrados de intervenção a nível local, dirigido à criança, ao jovem, à família. Armando Leandro saudou ainda a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Oliveira do Bairro e as CPCJ’s convidadas, sublinhando a ideia de que “trabalhar com as crianças e suas famílias, para além do nosso entusiasmo e sentido de solidariedade, exige qualidade de intervenção e esta, cada vez mais, exige competências a vários níveis: técnicos, afectivos, de comunicação, pelo que a FORMAÇÂO é um dever de todos nós!” Depois da sessão de abertura, deu-se início ao 1º módulo da formação, subordinado ao tema “Enquadramento legal: Lei de Protecção de Crianças e Jovens” sob a orientação de Armando Leandro, coadjuvado por Ricardo Carvalho, jurista da Equipa Técnica da Comissão Nacional, tendo sido abordadas várias questões relativas à Lei e ainda relativas à organização dos serviços envolvidos no sistema de protecção de crianças e jovens. A Acção de Formação Avaliação e acompanhamento de crianças/jovens em situação de risco irá decorrer de Fevereiro a Dezembro do corrente ano, distribuída por 7 módulos temáticos. Numa altura em que a problemática das crianças em risco começa a ser alvo de uma atenção especial, é expectativa dos responsáveis pela iniciativa que a formação proporcione a todos os formandos a aquisição de conhecimentos que permita um atendimento qualificado, ajustado às necessidades e interesses das crianças e jovens, que resulte na sua protecção efectiva. |