Óscar Santos, deputado do PS, defendeu, na última Assembleia Municipal, a demolição imediata da antiga Casa da Câmara e Cadeia de Oliveira do Bairro, classificada de Interesse Municipal, para dar seguimento ao alargamento da EN-235 entre o quartel dos Bombeiros e a Escola Secundária. “Obra desenquadrada e descaracterizada” “Oh Jesus. Oh céus. Parabéns, senhor presidente da Câmara, que vai deitar abaixo a cadeia”, afirmou Óscar Santos, recordando que a propósito da preservação do imóvel foi publicado no Jornal da Bairrada, em Agosto de 2003, um texto da autoria do arquitecto Walter Rosa, que “é de uma fragilidade confrangedora”. “Este edifício é uma obra desenquadrada e descaracterizada”, reforçou Óscar Santos, que disse ainda discordar do seu companheiro de bancada, Henrique Tomás, que defendeu a mudança do imóvel para as imediações da actual câmara municipal. “Já que querem transformar o edifício num arquivo histórico, então ficaria ao lado da câmara e assim as pessoas podiam ver o que era uma câmara antiga e uma nova”, explicou Henrique Tomás. “Constrangimentos” Entretanto, Nuno Barata justificou que o PSD tem outro entendimento e que o próprio CDS/PP teve outra postura, sublinhando que “em Agosto de 2003, a então vereadora da Cultura, Leontina Novo (CDS/PP), alertou, em reunião de câmara, para os condicionamentos que o imóvel provoca, enquanto que o vereador também do CDS/PP, Fernando Silva, disse que não se consegue preservar o edifício com os condicionalismos da via”. Aliás, Nuno Barata recordou que a câmara tem um parecer técnico que dá conta que o imóvel naquele local causa constrangimentos em termos de tráfego rodoviário”. Ou seja, “o PSD não mudou de opinião ao passar para o poder”. Da mesma bancada, Alexandre Ferreira disse ser um grande defensor do património, mas que naquele caso não tem dúvidas de que “a localização da antiga Casa da Câmara é susceptível de provocar acidentes”. Assim, como solução defendeu que “deve ser preservada uma memória do edifício”. “Património histórico” Para André Chambel, do CDS/PP, o edifício não tem grande valor arquitectónico, sublinhando que “a mais valia é o seu património histórico”. “Sou da opinião que a parte histórica deve ser preservada”, sublinhando que “a câmara tem técnicos capazes de arranjarem uma solução para a construção da nova alameda preservando o imóvel”. Já Mário João Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, fez saber que a câmara não vai reabilitar a antiga cadeia, assim como não tem qualquer interesse na aquisição do imóvel localizado ao lado, uma moradia com escritórios. O autarca deu ainda a conhecer que os serviços técnicos estão quase trabalhar em exclusivo no levantamento da extensão dos três quilómetros que terá este troço a ser intervencionado”. O edil referiu que o levantamento topográfico que serviu de base ao estudo para a preservação da imóvel efectuado pelo anterior executivo não está correcto, exemplificando que “o levantamento dá conta de uma distância de 11 metros entre a cadeia e a casa ao lado, o que é errado, pois a distância não passa de uns seis metros”. Leitores do JB online concordam com a demolição À pergunta: Se o degradado edifício da antiga Casa da Câmara de Oliveira do Bairro (antiga Cadeia / ex-instalações da rádio) deve ser demolido com a finalidade da requalificação urbana da EN-235? 50 Leitores do JB online disseram concordar com a demolição; dez mostraram-se em desacordo, e sete disseram não ter opinião. A pergunta esteve activa entre os dias 21 e 29 de Dezembro. Recorde-se que este inquérito não obedece aos critérios de validade científica das sondagens e não pretende representar com rigor as opções do público em geral nem as dos utilizadores da Internet. Ele tem um valor meramente indicativo das preferências dos nossos leitores.
Pedro Fontes da Costa pedro@jb.pt |