Mais de 11 mil voluntários vão recolher alimentos no próximo fim-de-semana em 561 estabelecimentos comerciais do país, anunciou hoje a Federação do Banco Alimentar Contra a Fome. Segundo Isabel Jonet, presidente da federação a campanha do próximo fim-de-semana tem um significado especial porque antecede a época natalícia. "Nesta altura do ano as pessoas são mais solidárias porque estão mais sensibilizadas e atentas às famílias carenciadas", sublinhou a responsável. Os bens alimentares recolhidos na campanha do fim-de-semana são encaminhados para os armazéns onde se processará o respectivo armazenamento. Terça-feira inicia-se a distribuição pelas famílias com carências alimentares. Para aderir a esta campanha, promovida simultaneamente por 156 Bancos Alimentares europeus, basta aceitar o saco de plástico entregue pelos voluntários e colocar no seu interior bens alimentares não perecíveis como leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, arroz ou leguminosas secas. Questionada sobre o número de voluntários que participam na iniciativa, a presidente da federação salientou que "os portugueses são generosos e empenhados". "O Banco Alimentar aparece, nesta altura do ano, como uma hipótese de voluntariado útil. As pessoas encaram a campanha como um dever e disponibilizam o fim-de-semana para ajudar na recolha", acrescentou. De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, ao longo de 2004 foram ajudadas 1148 instituições que concederam apoio alimentar a mais de 203 mil pessoas carenciadas. No ano passado foram distribuídas 13.789 toneladas de alimentos equivalentes, num valor superior a 20 milhões de euros. Para a federação estes valores "resultam da solidariedade e generosidade dos particulares, patenteadas nas duas campanhas anuais de recolha de alimentos (Maio e Novembro) e de uma acção continuada de aproveitamento de produtos agro-alimentares". Em Portugal existem dez bancos alimentares (Aveiro, Abrantes, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Porto, Setúbal e São Miguel nos Açores) que recebem toda a qualidade de géneros alimentares provenientes de empresas, particulares, excedentes de produção agrícola. Actualmente encontra-se em estudo a abertura de mais um Banco Alimentar nas Caldas da Rainha. |