A Escola de Artes da Bairrada, que ultrapassou as expectativas mais optimistas, aproveitou a festa de abertura do ano lectivo, no último sábado, dia 8 do corrente mês, para homenagear o benemérito, comendador Almeida Roque, que, na senda das suas preocupações de formação cívica dos jovens, instituiu prémios para os melhores alunos. Reforçado o apoio Por indisposição, António Soares de Almeida Roque não pôde estar presente, delegando no presidente da câmara, Acílio Gala, a quem, nessas condições, coube, juntamente com o presidente da Comissão Instaladora, António Manuel Dias Cardoso, descerrar uma placa na sala de recepção, a qual ficará a atestar gratidão da Escola pelo “generoso apoio” do benemérito aguedense e cidadão honorário do município de Oliveira do Bairro. Não esteve presente, mas fez chegar uma carta ao director pedagógico, Carlos Marques, com boas notícias: o anúncio de um cheque de 3.000 contos - 2.500 contos para aquisição de instrumentos novos e a parte restante para premiar os melhores alunos. E isso por quê? “Porque entendo ser meu dever de cidadania apoiar as iniciativas que contribuam para uma sociedade melhor”, função que desempenha a Escola de Artes da Bairrada. Por isso mesmo decidiu “reforçar a sua colaboração” com mais três mil contos. O prémio (500 contos) destina-se a premiar os alunos com melhor aproveitamento: 200 c - 1º; 100 c - 2º; 100 c - 3º; 75 c - 4º e prémio de igual valor ao aluno que demonstre “o melhor comportamento cívico”, enquanto outro (5º) de 50 contos contemplará “o aluno da classe mais baixa que tiver o melhor comportamento cívico. Acílio Gala começou por afirmar que, mercê dos êxitos obtidos, “penso que a Escola está de parabéns” e elogiou o cidadão honorário do município pela sua constante preocupação quanto à educação cívica dos jovens. Dias Cardoso, foi mais longe e afirmava: “que o nosso labor tenha despertado a atenção de V. Exª., um homem que consagrou tantos anos da sua vida ao apoio de causas humanitárias, é motivo de duplo regozijo para todos nós. A ajuda material é certamente preciosa para esta Escola. Mas a inclusão desta casa na longa lista de instituições apoiadas por V,. Exª confere-lhe um estatuto que a honra e a faz entrar na galeria das instituições de verdadeira utilidade pública”. Falta de espaço Dias Cardoso depois de fazer o historial da Escola de Artes da Bairrada, que abriu no início de Novembro de 2003, com 50 alunos na Iniciação e no 1º grau, deu uma perspectiva de futuro. No ano lectivo, agora iniciado, estão inscritos 145 alunos, - “praticamente o triplo do ano de arranque”, reforçou - repartidos entre o preparatório (85 alunos) e o básico (60 alunos). Há mesmo candidatos, em número de vinte, em lista de espera, o que começa a pôr problemas à Comissão Instaladora. Seriam necessárias mais três salas, o que demonstra, à saciedade, o êxito que foi a sua instalação. Acílio Gala sossegou o presidente da Comissão Instaladora, ao afirmar que, no Etnomuseu, que poderá vir a ser inaugurado pelo presidente da República, Jorge Sampaio, no próximo dia 27, haverá salas que poderão ser aproveitadas para este efeito. Pelo menos, enquanto não surgirem obras. O projecto, para a construção de mais três salas, já se encontra elaborado e já recebeu a concordância da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) Além de todo este universo de alunos, adiantou Dias Cardoso que “vamos à semelhança do que aconteceu no ano anterior, receber crianças dos Centros Sociais a quem damos uma primeira oportunidade de contacto com a música e os instrumentos musicais”, já que “ a experiência do ano passado se revelou positiva”. Das 97 crianças recebidas, 10 são, hoje, alunos regulares desta Escola. Mas a actividade, assegurada por 17 professores, vai mais além e a Escola realiza cursos livres de diversos instrumentos, estágios para orquestra de sopro, cursos de aperfeiçoamento, etc. Alguns dos professores estiveram envolvidos na festa de abertura, casos de Romeu Costa (saxofone), Alexandra Curado (piano); Bruno Estima, David Amaral (guitarra), Nuno Caçote (piano) e Natália Monteiro (flauta transversal), que deleitaram um público atento que enchia o auditório. Coro de Câmara A Escola está efectivamente em alta e Dias Cardoso anunciou, para a breve, a criação do Coro de Câmara da Bairrada, sob a direcção do professor Tiago Matias. Por outro lado, já foram feitos contactos com a DREC com vista à criação de outra valência - a dança, alargando assim as actividades. A Escola tem cooperado com outras instituições cedendo o seu auditório e em breve será assinado um protocolo de parceria com a D’Orfeu, de Águeda para a implementação de uma Escola de Música Tradicional na Bairrada. Em conclusão, o presidente da Comissão Instaladora afirmava: “Sem falsa modéstia, julgamos que esta Escola é uma boa experiência, que necessita de desenvolver o seu projecto num clima de estabilidade”. Diga-se que a estabilidade financeira, que “está normalmente no centro de todas as preocupações”, é assegurada pelo financiamento bipartido entre a câmara municipal e o Ministério da Educação. “Assim o compreendam os futuros responsáveis autárquicos e o Governo, para que não se interrompa um trabalho frutuoso a favor da formação artística das nossas crianças e jovens” - foi o recado deixado por Dias Cardoso. Armor Pires Mota
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