"O meu papel é fazer esses apelos [à participação] com toda a convicção, que é o caso. Não vejo eleições mais directas do que estas, em que todos os candidatos estão muito metidos na população e portanto, é uma forma de dizermos o que queremos para as cidades e para os concelhos", disse, depois de votar na Escola Marquesa de Alorna.

Jorge Sampaio, que ganhou duas eleições consecutivas para a Câmara de Lisboa (em 1989 e 1993), lembrou a sua experiência como "eleito local" para defender que "nada substitui a presença e a proximidade" características das eleições para as autarquias.

"E a democracia portuguesa precisa disso", enfatizou, salientando que os partidos políticos "precisam de se abrir mais", mas os portugueses têm também de se disponibilizar para serem candidatos em eleições.

"Os partidos têm que se abrir mais, como insistentemente venho dizendo. Mas também as pessoas têm que arriscar ser candidatas. Porque ser candidato a uma eleição é um risco e um incómodo e é preciso grande convicção e pensar que se vai fazer alguma coisa em favor das populações, e nem todos estão disponíveis para isso", referiu.

Caso falte um dos elementos - "abertura dos partidos, disponibilidade das pessoas" - "não é possível mudar", advogou.

"As novas gerações têm que estar disponíveis e estar motivadas para ajudar a construir o Portugal de todos os dias", acrescentou.

Jorge Fernando Branco de Sampaio, eleitor nº 11.372, chegou à Escola Marquesa de Alorna cerca das 11:10, acompanhado pela mulher, Maria José Ritta, tendo exercido pouco depois o seu direito de voto.