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07-10-2005

Nau renasceu e conquista novos mercados


Malaposta

Faz um ano, no próximo dia 28 de Outubro, que a NAU - fábrica de capacetes, localizada no IC2, na Malaposta (Anadia), foi engolida pelas chamas. Um violento incêndio, que destruiu, parcialmente, as instalações, sobretudo a área produtiva da empresa, causou aproximadamente 4 milhões e meio de euros de prejuízo. Na altura, pairou no ar a dúvida da capacidade de recuperação da empresa e em causa ficaram mais de meia centena de postos de trabalho.

Um ano após a trágica tarde de quinta-feira, dia 28 de Outubro, a Nau aí está, reerguida das cinzas, na conquista de novos mercados.

Bastou pouco mais de meia hora para que o posto de trabalho de 56 pessoas ficasse ameaçado. O incêndio na Nau, que tomou proporções alarmantes, semeou o receio na gerência, mas também nos trabalhadores. Do pavilhão onde se iniciou o incêndio (linha de pintura - zona de mistura de tintas) nada sobrou, tendo sido necessário proceder à demolição das paredes exteriores que devido às altas temperaturas não ofereciam estabilidade nem segurança.

Mas, porque não há regra sem excepção e contrariando a maioria dos casos, a “tripulação” da Nau não cruzou os braços, nem baixou a cabeça. Pôs, de imediato mãos à obra e, três meses após a paragem forçada para obras de reconstrução, voltou a produzir.

Celebrar a vitória

Um ano após o trágico dia, a Nau “celebrou” a vitória na batalha travada contra o poder destrutivo do fogo, o desemprego e o “anunciado” encerramento.

Com alguma emoção, o empresário António Marinha conduziu um pequeno grupo de visitantes pelas remodeladas instalações fabris, reerguidas das cinzas.

Embora a área fabril seja a mesma, após o grande incêndio, a empresa procedeu a algumas alterações internas, não só por uma questão de segurança mas também de logística e funcionalidade.

Com a mesma estrutura, as maiores alterações prenderam-se com a localização das linhas de pintura, produção, secção de costura e laboratórios, proporcionando ambientes de trabalho mais acolhedores e seguros.

Lamentando a ausência dos diversos meios de comunicação social (escrita e falada) que, na altura da tragédia, compareceram em massa, fazendo eco do incêndio e da possibilidade de encerramento da Nau, mas que agora primaram pela ausência, António Marinha lançou a farpa: “lamentavelmente só aparecem quando se fala de falências, desemprego, ou desgraças, mas quando uma empresa como a nossa supera uma situação destas, não despede ninguém, paga os vencimentos, já não é notícia, embora eu pense que o deveria ser, constituindo um estímulo e um incentivo a muitos empresários do país”.

O empresário avançou mesmo que “apesar dos convites e pressões por parte de alguns clientes, decidi ficar e refazer a empresa no meu país, quando, no exterior, a mão de obra até é muito mais barata”. Facto que considerou não ser só uma prova de “coragem, perseverança e determinação”, mas também de “cultura e estratégia da empresa” que continua a apostar no produto nacional.

Reforçar a determinação de vencer

Nesta empresa familiar onde o lema é dar seguimento a um projecto iniciado, há 13 anos, por António Marinha: “produzir com grande qualidade e ser competitivo”, os momentos difíceis só vieram reforçar a determinação de vencer. Com prazos e timmings a cumprir, a verdade é que a Nau conseguiu “segurar” todos os seus clientes: “contactamos os clientes estrangeiros mais importantes e pedimos um prazo para não os perder. Concederam-nos até ao dia 31 de Dezembro. Trabalhámos dia e noite, fins de semana e feriados e conseguimos cumprir, apesar das dificuldades. Se alguma coisa falhasse perdíamos tudo e os nosso principais clientes, todos no exterior, mudariam imediatamente de fornecedor. Se falhássemos seria o nosso fim até porque o mercado nacional absorve apenas 15% da produção”, sublinhou o empresário.

Tendo como principal mercado no exterior a Espanha, Suiça, Dinamarca, Alemanha, Inglaterra, Brasil, Austrália, Bélgica, França, Israel, Republica Checa e a Croácia a verdade é que a Nau superou o desafio e, em tempo de crise e de grande concorrência (sobretudo asiática), teve coragem para seguir em frente e recomeçar, praticamente do zero, uma vez que a produção parou por completo.

Um exemplo

Durante a visita também o edil Litério Marques não deixou de sublinhar “o momento dramático” vivido na Nau, em 2004 e a forma como, logo no dia seguinte à tragédia, a gerência da empresa deu a volta por cima e seguiu em frente, no caminho árduo e difícil da reconstrução, “quando o mais fácil até seria fechar a porta”.

Para o autarca, “é deste tipo de empresários que precisamos no concelho e no país. Pessoas determinadas, empenhadas, que enfrentam todos os desafios, contribuindo para o desenvolvimento e progresso do país”.

Agradecendo ao empresário por não ter “enviado mais meia centena de trabalhadores para o desemprego”, até porque, ao longo dos três meses de reconstrução, a Nau pagou os vencimentos e o subsidio de natal, embora estivesse parada e sem produção, Litério Marques considerou-a “um exemplo de sucesso e de verticalidade”.

Catarina Cerca


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