O dia a dia, no concelho de Oliveira do Bairro, para os deficientes vai tornar-se mais fácil nos próximos três anos. É que a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro assinou, na penúltima quarta-feira, um protocolo com a Associação Portuguesa de Planeadores do Território (APPLA) com vista à redução de barreiras arquitectónicas. Mobilidade para todos Paula Teles, da APPLA, congratulou-se pelo facto do município oliveirense se ter juntado aos 70 concelhos aderentes à rede nacional de cidades e vilas com mobilidade para todos, sublinhando que “o projecto tem a duração de três anos”, ressalvando, no entanto, que “não é neste espaço de tempo que se consegue criar um concelho todo livre”. Esta responsável garantiu que “a abolição de barreiras arquitectónicas, sociais e psicológicas, constitui um objectivo inadiável das sociedades modernas e é a única via para tornar as cidades adequadas a todos os cidadãos, sem descriminação de qualquer natureza”. É que - segundo Paula Teles - “construir cidades e vilas com mobilidade constitui um imperativo ético e social, traduzindo o respeito pelos valores fundamentais da solidariedade, da liberdade e da equiparação de oportunidades”. A APPLA tem o compromisso de intervir, de acordo com o plano de intervenção das acessibilidades, na área proposta, no prazo de vigência do protocolo assinados, resolvendo, pelo menos, 70% dos problemas detectados, em área ou número de situações referidas, assim como deverá promover a inclusão de medidas regulamentares especificas, em planos municipais de ordenamento do território, tendentes a sensibilizar e impor medidas de “mobilidade para todos” em novas urbanizações. Barreiras Paula Teles deu vários exemplos de barreiras que são colocadas e que dificultam o dia a dia dos deficientes, mormente as árvores nos passeios, sinais, vidrões, contentores do lixo, e algumas rampas de acesso de cadeira de rodas que não têm as características e que acabam por não funcionar. “São questões muito simples de resolver e que não implicam custos financeiros, no entanto, os técnicos devem estar atentos”, referiu Paula Teles, que afirmou ainda que “o grande desafio da associação é provar, publicamente, que, dentro de três anos, tivemos a coragem de eliminar as barreiras”. “Está na hora de fazermos uma sociedade para todos”, acrescentou. Por sua vez, Victor Rosa, presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro, reconheceu a importância do protocolo, sublinhando que “a sociedade vai ganhar com o desaparecimento das barreiras”. O autarca defendeu ainda a realização de uma acção de sensibilização junto dos técnicos para a necessidade destas questões. Da mesma opinião comungou Acílio Gala que defendeu ainda a necessidade dos técnicos camarários assumirem nos projectos os seus pareceres e não se limitarem a apresentá-los à consideração superior. Acrescente-se que a implementação deste programa custou 6 mil euros no acto de adjudicação e custará 1500 euros em cada um dos dois seguintes anos.
Pedro Fontes da Costa pedro@jb.pt |