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27-09-2005

Governo quer reduzir para metade número de vítimas mortais


Código da Estrada

O ministro das Obras Públicas, Comunicações e Transportes, Mário Lino, afirmou hoje em Lisboa que o Governo quer reduzir para metade, até 2010, o número de vítimas dos acidentes rodoviários.

"A União Europeia fixou a redução de 50 por cento do número de vítimas até 2010. Esse objectivo encontra-se reflectido no Programa do Governo. Sabemos que tal meta é ambiciosa, mas estamos empenhados", disse Mário Lino.

O ministro falava durante a apresentação do balanço dos primeiros seis meses do novo Código da Estrada, que decorreu hoje no Parque das Nações, em Lisboa, e à qual presidiu juntamente com o ministro da Administração Interna, António Costa.

De acordo com dados apresentados na altura, desde que o novo Código da Estrada entrou em vigor, a 26 de Março, ouve uma redução de 43 mortos em relação a igual período do ano passado.

"O novo código da estrada está a alterar o comportamento dos condutores e vai possibilitar recuperarmos a tendência negativa dos últimos anos", disse o director-geral de viação, António Nunes.

Évora, Portalegre, Vila Real, Beja, Lisboa, Castelo Branco e Bragança são os distritos com um maior número de vítimas mortais, enquanto Aveiro, Santarém, Leiria, Porto e Guarda são os que apresentam menos acidentes com mortos.

Após serem apresentados os dados, Mário Lino considerou a falta de civismo e o mau comportamento dos condutores como duas das principais causas dos acidentes rodoviários, mas admitiu que "existem também problemas ao nível das infra-estruturas".

"Devemos, por essa razão, apostar numa intervenção adequada sobre o meio rodoviário, de forma a induzir melhores comportamentos nos condutores", afirmou.

O Governo decidiu assim acelerar a conclusão do Plano Rodoviário Nacional, que tem como grandes prioridades a conclusão de 90 por cento da rede nacional de auto-estradas, a conclusão da rede de itinerários principais e o fecho das malhas urbanas das áreas metropolitanas de maior dimensão como CRIL, CRIP e eixo Norte-Sul.

Por seu lado, o ministro da Administração Interna considerou que Portugal tem "uma sociedade bárbara".

"Até domingo tivemos 804 mortos em acidentes rodoviários e isto é intolerável. Vivemos numa sociedade bárbara", disse António Costa.

O ministro enalteceu ainda o facto de, com a entrada em vigor do novo código, se ter verificado uma redução dos acidentes e do número de mortos nas estradas.

"Até à entrada do novo código registou-se um aumento de 6,6 no número de vítimas mortais, depois de Março os números revelam uma diminuição significativa (cerca de 15 por cento) do número de mortos e feridos graves", afirmou.


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