A maioria dos presumíveis incendiários detidos em Portugal têm entre 20 e 40 anos, são dependentes de drogas ou de álcool, e agem geralmente por "motivos perfeitamente fúteis". Aquele perfil foi traçado hoje em Coimbra pelo director nacional da PJ, Santos Cabral. Este ano, já foram detidas 112 pessoas suspeitas de fogo posto e a PJ realizou 680 inquéritos nesta área, números que "superam de longe os números de anos anteriores", salientou Santos Cabral. Estes dados positivos resultaram de uma "estratégia previamente delineada" pela PJ. A formação dos agentes envolvidos nas investigações, a "intervenção em tempo útil nos locais" dos incêndios e a colaboração das outras polícias, designadamente a GNR e a Polícia Florestal, além das informações prestadas pelas populações, têm sido determinantes para os resultados obtidos. Na maioria dos casos, disse Santos Cabral, os presumíveis incendiários são do sexo masculino, com idades entre 20 e 40 anos, são dependentes do álcool ou das drogas e têm baixa escolaridades, e agem geralmente por "motivos perfeitamente fúteis". A instalação de um Laboratório do Fogo na Directoria de Coimbra da PJ, destinado à moderna investigação destes crimes (cujo projecto já existe) e a criação de uma "base de dados global" para os crimes de fogo posto, facilitando investigações criminais - e estudos do problema para além dos julgamentos - são apostas que Santos Cabral considerou fundamentais para a instituição. |