- Qual o lema da CDU? - CDU, Confiança numa vida melhor. - O médico Fernando Peixinho, eleito nas últimas autárquicas, membro da Assembleia Municipal, não integra qualquer das duas listas. Quais as razões para o “afastamento” deste histórico? Em contrapartida, surge como “independente” nas listas do PS. Concretamente, é o segundo na Assembleia Municipal?Comente - O Dr. Fernando Peixinho é uma figura marcante da vida do nosso concelho, tendo lutado durante a sua longa vida em prol do povo da nossa terra. Nestas eleições, entendemos respeitar o desejo que o próprio Dr. Peixinho nos exprimiu de que não queria voltar a candidatar-se. Consideramo-lo sempre um bom amigo. - Quantos elementos constitutivos das listas nasceram no concelho de Oliveira do Bairro? - ? Bom planeamento do território - Quais as grandes obras que podem mobilizar os eleitores? - Dignificar a Assembleia Municipal e as Assembleias de Freguesia como espaços de intervenção dos Munícipes, chamando-os a participar activamente em sede própria. Para tal, a CDU propõe a alteração aos regulamentos das Assembleias para que estas se iniciem pelo espaço de intervenção dos Munícipes, período mais nobre das reuniões. Só se fazem grandes obras quando todos as construímos. - E quanto a políticas de ordenamento e requalificação urbana? - Respeitar e fazer cumprir o PDM com incidência nos Planos de Pormenor, tendo em conta um crescimento sustentável e harmonioso com respeito pelas zonas verdes nessa mesma urbanização, não pensando só na parte económica e acompanhado de infra-estruturas sociais, bom planeamento do território, dando neste aspecto a Câmara bons e saudáveis exemplos. - Como “pequeno agricultor, tipo familiar que é”, como vê a agricultura portuguesa e concretamente na Bairrada? - Os problemas que assolam a agricultura na Bairrada são os mesmos vividos pelos milhares de pequenos agricultores do nosso país. Desde a entrada de Portugal na Comunidade Europeia, em 1985, temos vindo a assistir ao declínio da nossa estrutura agrária em virtude da imposição de quotas negociadas pelos governos então vigentes - PS, PSD e CDS/PP - cujas consequências directas se traduziram na queda forçada da produção nacional e no alastramento da concorrência desleal, patente na importação em 70% de bens alimentares. “O rosto de uma equipa” - O que leva um lavrador a candidatar-se à Câmara? - Suponho que a pergunta (apesar de não ter sido feita a nenhum dos outros candidatos) não inclua nenhum preconceito quanto às centenas de pequenos lavradores - como eu - do nosso concelho e à sua capacidade de trabalho, dedicação, entrega, planificação e sacrifício. Na CDU prezamos o trabalho colectivo e valorizamos quem trabalha. Eu sou o rosto de uma equipa que inclui médicos e pedreiros, professores ou empregados, gente com licenciatura ou quarta classe. Queremos todos levar às autarquias de Oliveira do Bairro o projecto da CDU, colocando as pessoas em primeiro lugar. Uma Câmara Municipal democrática e pluralista - Quando afirma que advoga “uma Câmara mais transparente”, está concretamente a referir-se a quê? - Referimo-nos a uma Câmara que valorize a vida democrática do nosso concelho, ouvindo e chamando a intervir a população e as forças vivas do mesmo. Queremos uma Câmara Municipal democrática e pluralista que reconheça e acolha as opiniões, experiências, sonhos e aspirações de todos, tendo em vista a construção de um concelho melhor. Queremos uma Câmara Municipal que privilegie e fomente espaços de participação, de que será exemplo um conjunto de conselhos municipais no âmbito da segurança, educação e juventude, entre outros. - “Somos uma força construtiva, com provas dadas e iremos trabalhar com a perspectiva de romper com tradições instaladas, apresentando propostas e ideias que vão ao encontro dos problemas e aspirações da população do nosso concelho” - é o que afirma no documento de apresentação. Explique o que quer dizer com “tradições instaladas”. Quais são concretamente essas ideias e propostas? - Fomos nós, CDU, que denunciámos na Assembleia Municipal as estrondosas verbas que iriam ser gastas no monumento a D. Manuel I, verbas essas que tendo ultrapassado largamente o orçamento, poderiam ter sido utilizadas em obras sociais essenciais ao nosso concelho. Denunciámos, de igual modo, o problema das águas residuais que diariamente eram largadas numa vala hidráulica no Passadouro. Fomos nós, CDU, que apresentámos na Assembleia Municipal a criação do Conselho Municipal de Segurança. Foi também graças à CDU que se conseguiram centenas de assinaturas com vista ao melhoramento e recuperação do Parque da Seara, etc, etc, etc? Tudo isto com apenas com um eleito da CDU na Assembleia Municipal e os outros eleitos que os move?! Assim sendo, perguntamos nós: existem, ou não, tradições instaladas? Há quem as promova... Mas nós estamos cá para as combater. Mais comboios - Como vai resolver o problema das acessibilidades? - A resolução deste problema passaria, em primeiro lugar, pela melhoria de vias degradadas complementada pela construção de outras infra-estruturas como passeios e passagens para peões. O alcatrão não é a única solução para as acessibilidades; estas dependem, também, da oferta de um conjunto de transportes alternativos que, por sua vez, libertariam o tráfego, contribuindo, em resultado, para a melhoria das condições de vida. Exigimos, mais comboios a servir o concelho, não só suburbanos como rápidos, a ligação rápida a Aveiro, bem como a manutenção das estações. - A cidade de Oliveira do Bairro e a vila de Oiã tem, de certo modo, sido, o que é geralmente reconhecido, preteridas em relação às vilas a poente. Vai chegar agora a sua hora? Acílio Gala é acusado de ter feito tudo no Troviscal, em detrimento de outras freguesias. Vivendo nesta freguesia, que pensa das obras e desta asserção? - A própria questão colocada demonstra que há muito a fazer no nosso concelho. Nós na CDU defendemos que o crescimento do concelho deverá basear-se na melhoria das condições de vida de toda a população. Cada cabeça sua sentença. A que nos dirige, o Sr. Acílio Gala, pretende ficar na história com obras de encher o olho, passando ao lado de problemas tão primordiais como o saneamento básico ou o abastecimento de água às populações e cujas soluções ainda urgem. Fica demonstrada, pois, a imposição do pensamento único e da vontade individual. - O que pretende fazer em termos ambientais? A política de recuperar os Barreiros de Bustos fracassou. Qual a solução que aponta? - Não foi por falta de dinheiro que não se fez. Os Barreiros de Bustos têm sido alvo de propostas do PCP em PIDDAC, chumbadas pelo PS, PSD e CDS/PP. Os mesmos que agora prometem fazer tudo. Também em relação à Pateira, apresentámos propostas em PIDDAC. Igualmente rejeitadas por esses partidos. Os mesmos que agora choram lágrimas de crocodilo devido à proliferação dos jacintos. É indispensável dotar a Pateira de equipas permanentes de vigilantes e trabalhadores que façam a limpeza e, posteriormente, a manutenção. Graves problemas ambientais advêm, ainda, das políticas que afastam as populações dos meios rurais e da pequena agricultura. Pontos para estudar o processo - O PSD tem reclamado que a Câmara deveria ter aderido ao Carvoeiro como forma de resolver a seca. E a CDU, que reclama? O que pretende fazer, se for eleito, para que, no futuro, o problema da água seja acautelado? - A CDU sempre se prezou por não ter medo de discutir propostas apresentadas pelos diversos quadrantes políticos. Estamos, por isso, prontos para estudar o processo e todos podemos chegar a uma solução para este tão grave problema. Privilegiamos o serviço de abastecimento público por considerarmos que esta continua a ser a melhor forma de servir as populações. - O actual Presidente da Câmara vai deixar várias obras para realizar? pelo seu sucessor, nomeadamente Museu da Olaria, Parque de Feiras. São todas para fazer, se a CDU for poder? - Relativamente à velha fábrica de cerâmica, consideramos, antes de mais, que a construção do Museu de Olaria seria uma grande homenagem a todos aqueles que com o seu suor e sangue até ganhavam aí o seu pão de cada dia. Quanto ao Parque de Feiras, sendo este um assunto recente e reconhecendo a importância de um tal espaço para a vida económica do concelho, gostaríamos, porém, de realizar uma avaliação mais profunda deste projecto. Estes números não são demagogia - Afirma que o actual “flagelo de desemprego” se cifra em Oliveira do Bairro em 13%, quando no país, contando com outras zonas muito menos industrializadas, para não falar no Alentejo, a percentagem ronda nos 7%. Esta afirmação não é de todo demagógica? Ou houve engano nas contas? - No distrito de Aveiro, existem 31.255 desempregados, enquanto no país o número é de 453.207. As mulheres representam 60% dos desempregados no distrito, isto é, são 18.797; os jovens com menos de 35 anos são 12.143, representando 38,89%. O número de desempregados em Oliveira do Bairro aumentou, desde Junho de 2004, 8,96%. Centenas de pessoas são levadas diariamente ao desemprego devido à manutenção de políticas de emprego que têm por base contratações precárias, trabalho temporário, baixos salários, falências fraudulentas e deslocalização das empresas, numa conjuntura onde os direitos dos trabalhadores não são salvaguardados. O agravamento dos impostos veio, por seu turno, agudizar as dificuldades sentidas pelos pequenos comerciantes retalhistas e, claro, pelos pequenos agricultores que devido à falta de escoamento dos seus produtos, são obrigados a abandonar os campos. Estes números não são demagogia, são os números do Portugal real. 1. Na área da saúde, continua urgente a construção do novo Centro de Saúde de Oliveira do Bairro. É uma das prioridades da CDU? Sim, é. Lutamos e lutaremos sempre por melhores condições de saúde para a população, nas quais se incluem um Centro de Saúde com todas as valências necessárias, nomeadamente a possibilidade de realização de exames diversificados como Raios-X, vários tipos de análise e condições de internamento. No entanto, julgamos que a resolução dos problemas de saúde do concelho não se limita unicamente à construção do Centro de Saúde em Oliveira do Bairro, ou seja, não se deverá negligenciar os postos de atendimento recuados pelo que exigimos a sua preservação e melhoramento. Defendemos, por isso, neste âmbito, um levantamento sério das necessidades da população. Diga lá excelência - Quem é João Silva e Sousa? Sou um cidadão que, como a esmagadora maioria do nosso povo, trabalha de sol a sol, com alegria e esperança num Portugal melhor. Pertenço a uma classe que tira da terra o pão do dia-a-dia e à noite o come com cansaço para regressar no dia seguinte. Assumo a melhoria das condições de vida, não só dos agricultores como de toda a população trabalhadora, como uma luta e tarefa do dia-a-dia a todos mobilizando e sensibilizando. - Que é ser comunista nos tempos de hoje? Ser Comunista é lutar por uma sociedade mais justa, mais solidária, mais democrática; uma sociedade onde todos se possam sentir parte dela, intervindo e contribuindo para a sua construção. Afirmar que sou Comunista não é fácil, é lutar contra o preconceito, contra tabus; mas é também ter consciência que este sistema não resolve os problemas, pelo contrário, agrava-os, como todos os dias se constata. Ser Comunista é não virar a cara aos problemas do dia-a-dia enfrentando-os com alegria - esta é uma luta necessária e justa. Ser Comunista é, simplesmente, afirmar que podemos e queremos ser felizes. - Qual o político que mais admira? Tenho como exemplo a seguir a luta altruísta de um Homem que lutou e morreu pelo seu povo, um Homem cuja determinação num projecto de sociedade mais justa, na luta pela democracia e contra o fascismo, resistiu à tortura e prisão, enfim, a uma vida de sacrifícios: o meu camarada Álvaro Cunhal. - Qual a sua opinião sobre o governo de Sócrates? Mais do mesmo. Assistimos a uma governação que não olha a meios para a continuação das mesmas políticas de direita resultantes no agravamento das condições de vida. - Defina os candidatos do PSD, CDS e PS. Não consigo ver quaisquer diferenças. - Que género de livros lê? Literatura relacionada com a Natureza e o Ser Humano. - Qual o seu hobby preferido? Sempre que posso, gosto de falar com as pessoas, sobretudo idosos, pois são um livro aberto que tento ler. - Que música ouve? De preferência, Música Popular portuguesa, de intervenção e para relaxar, música clássica. - Qual o prato regional que lhe é mais apetecível? Como bom português, um bom cozido? mas para desintoxicar, pratos vegetarianos. |