A Câmara Municipal de Águeda é acusada, por um cidadão aguedense, de ter construído, “sem um estudo prévio de impacto ambiental, uma enorme represa no Rio Águeda, recorrendo a toneladas de areia, entulho e manilhas, a jusante da EN-1, para represar as águas para a prática desportiva de canoagem”. Mas a presidente da Câmara de Águeda, Nair Barreto, já veio dizer que a obra está perfeitamente legal e que “quem sai a ganhar é a cidade de Águeda”. “Um atentado” Francisco Santos, morador em Águeda, afirmou ao Jornal da Bairrada que é um dever de cidadania denunciar aquilo que considera ser um crime de âmbito público que está afectar o rio a jusante da represa. “É um atentado contra a fauna e flora do rio. Estão peixes a morrer por falta de oxigenação, só porque é necessário um espelho de água para alindar a cidade e para que andem a brincar com quatro canoas”. Francisco Santos argumenta ainda que “a obra, com 25 metros de comprimento por cinco de altura, foi construída no mesmo local onde uma represa, também construída ilegalmente no ano passado, desmoronou”. “É uma obra construída ao estilo do terceiro mundo, com a destruição maciça da margem direita do rio, onde fizeram um longa rampa para acesso das máquinas e que agora está a ser aproveitada para as crianças brincarem”. Este cidadão alega ainda que a represa poderá desmoronar a qualquer momento e que poderá acontecer um acidente grave, já que as crianças andam por lá, sublinhando que “no ano passado quando a represa abateu uma embarcação ficou lá debaixo”. Este popular afirma ainda que, no ano passado, o governo tomou uma medida que visava penalizar a autarquia, mas a troca de responsáveis num departamento acabou por “levar ao esquecimento da multa”. Acrescenta ainda que o mais grave é que a legislação que regulamenta as obras no domínio hídrico não permitem este tipo de aterros efectuados pela Câmara Municipal. “Perfeitamente legal” Nair Barreto explicou ao Jornal da Bairrada que a obra está perfeitamente legalizada pelo Centro de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro e que foi construída com areias do próprio leito do rio. “Uma obra muito ecológica que pretende criar um espelho de Água para embelezar Águeda e dar mais qualidade de vida aos nossos munícipes”, disse Nair Barreto. A autarca refere que sem a represa, o Rio Águeda apresentava um aspecto nada digno e os peixes - ao contrário do afirmado por Francisco Santos - têm agora uma vida muito mais saudável”. Afirma ainda que, antes da construção da represa, foi efectuado um trabalho de limpeza das margens, também devidamente autorizado, e que em Setembro a represa será retirada. Pedro Fontes da Costa pedro@jb.pt |