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30-06-2005

Paulo Costa ganhou o Prémio Regularidade


OBSC

Paulo Costa foi, para as iniciativas de Bairrada Desportiva, o melhor jogador do Oliveira do Bairro. Ganhou o Prémio Regularidade, foi o segundo melhor marcador, mas perdeu para Tó Miguel a figura de Melhor Falcão. Em todos os prémios, Paulo Costa travou luta intensa com Tó Miguel.

O vencedor deixa elogios ao capitão, diz que o clube representa mais que o futebol onde a amizade impera, por isso, optou por continuar, dando também caminho à sua profissão principal de advogado.

“Orgulho e satisfação”

Paulo Costa é um filho da terra e do Oliveira do Bairro Sport Clube. Aqui se fez jogador, construiu carreira, jogou ao mais alto nível, na Académica, regressou e no segundo ano do seu regresso, fez uma época notável.

O exemplo que transmite, não só como atleta, mas noutras áreas, a principal o curso de advogado, faz de Paulo Costa uma das principais referências do Oliveira do Bairro.

No campeonato, sem contar com os jogos da Taça de Portugal, o lateral direito realizou os jogos todos, num total de 3240 minutos. Totalista absoluto, o senhor doutor também mostrou outras apetências, como marcador golos, o que não é caso virgem, e encarnou, com Tó Miguel, uma luta salutar pelos prémios, mas, mais importante do que isso, ambos personificaram a mística do Oliveira do Bairro.

-Ganhar o estatuto de totalista não é para todos. O que representou para si?

-Representou um enorme orgulho e satisfação. Primeiro, porque significou que pude sempre jogar todos os minutos de um campeonato, e pude ajudar a equipa a alcançar os seus objectivos e que mereci sempre a confiança do meu treinador; e, segundo, porque significa que estive sempre apto a fazê-lo, porque não tive qualquer lesão ou castigo factores que por vezes, em futebol não se controlam. Por tudo isso, é muito bom chegar ao fim e ter a sensação de dever cumprido, quer a nível colectivo, quer a nível individual.

-Como classifica a época?

-Foi uma época em que conseguimos os nossos objectivos e onde a manutenção nunca foi posta em causa. Logo, foi positiva, ainda para mais no contexto financeiro que o clube atravessa, que fez com que o plantel fosse formado por gente muito nova e que fez com que não fossem colmatadas algumas saídas a meio da época. E foi também muito interessante e motivadora naquela fase em que até a dois meses do fim, ascendemos ao 3.º lugar e se falou inclusive numa possível subida de divisão. Foi um período muito bom e que mostrou um pouco o que este plantel tem de qualidade, mas que, por condicionalismos vários, como lesões e castigos, não se manteve.

Jogadores parecidos em termos de carácter

-Ganhou o prémio regularidade, segundo melhor marcador, só não ganhou o prémio de Melhor Falcão (Tó Miguel). Como analisa isto tudo e a “luta” com Tó Miguel. A diferença foi de 11 pontos?

-As iniciativas do Jornal da Bairrada são salutares e é muito gratificante chegar ao fim e ver que o nosso trabalho foi reconhecido. O Prémio Regularidade representa o facto de em todos os jogos eu lutar sempre para estar ao melhor nível. Os golos alcançados têm um pouco a ver com as minhas características enquanto jogador - sou um lateral que gosta de atacar. A “luta” com o Tó Miguel não passa do facto de sermos dois jogadores parecidos em termos de carácter, em termos de lutarmos sempre para estarmos bem, em prol do clube da nossa terra. Por isso, é natural que cada um de nós personifique esse querer a nível exibicional, e que também só é possível com a qualidade do plantel e com a união que existe e sempre existiu neste clube.

-Foi a melhor época com a camisola do OBSC?

-Se analisarmos assim, talvez até possa ter sido, mas não tenho essa sensação. Talvez os primeiros anos em que estive com o OBSC na 2.ª B, que, por ser novidade para mim, representou um novo desafio e que foi na altura vencido, tenham tido outro significado. Mas esta foi uma boa época, e novos desafios virão, aos quais espero estar à altura de responder.

“Clube representa mais que o futebol”

-Advogado, jogador de futebol. Como é possível conciliar as duas coisas?

-É possível, com algum esforço e sacrifício. Em termos de gestão de tempo, o horário dos treinos não coincide com o horário da prática da advocacia; mas é óbvio que tenho sempre de abdicar de muita coisa, porque há alturas complicadas em que me tenho que desdobrar para dar uma boa resposta nas duas áreas. Quanto ao resto, é tudo uma questão de hábito, de disciplina, que já vem do tempo em que jogava e estudava na Faculdade. E depois, quem corre por gosto, não cansa.

-Futuro. Já assinou, já não pensa sair de novo do OBSC?

-Sim, já assinei. Tive alguns convites para sair e propostas interessantes. No entanto, não é fácil sair daqui, desde logo, porque o que este clube representa é algo mais que o futebol. Construiu-se aqui uma família onde a amizade impera e onde as pessoas se sentem muito bem. Depois porque, saindo, teria que adoptar uma postura semi-profissional, sendo que teria que abrandar um pouco a advocacia, o que, sinceramente não quero de todo. Como tal, esta é a melhor solução.

Manuel Zappa


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