A Câmara Municipal da Mealhada voltou a solicitar a intervenção das autoridades competentes por causa dos maus-cheiros e dos ruídos, provocados pela laboração de uma fábrica na Lameira de Santa Eufémia, na freguesia do Luso. Preocupação O presidente da câmara, Carlos Cabral, após ter recebido um “abaixo-assinado” de moradores da zona onde se encontra a unidade fabril, que denunciam “o ruído provocado pela laboração nocturna da Alcides Branco”, remeteu cópias do documento à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR), através da Divisão Sub-Regional de Aveiro, e ao Comandante do Destacamento Territorial de Águeda da G.N.R. (Equipa de Protecção da Natureza e Ambiente). O autarca afirma que tem acompanhado esta situação com preocupação, tendo já, por várias vezes, nos últimos anos, reclamado insistentemente junto das autoridades competentes a resolução deste problema, que põe em causa a saúde da população. “É inadmissível que a fábrica continue a laborar com “licenças precárias”, mesmo com pareceres desfavoráveis desta autarquia”, considerou o Carlos Cabral, em ofício enviado, em Março de 2005 à CCDR, no qual requereu “que sejam tomadas as necessárias medidas para acabar com tal atentado ambiental, nem que tenha que passar pelo encerramento parcial ou total de tal fábrica até a questão estar solucionada”. Denúncias Recorde-se que, em Agosto de 2004, a Câmara Municipal da Mealhada denunciou publicamente que, “não obstante as reclamações que esta autarquia tem vindo a fazer junto das entidades competentes, relativamente à poluição na Lameira de Santa Eufémia, a empresa em causa continua a não cumprir as condições impostas pela Direcção Regional de Economia do Centro, no que respeita quer à emissão de poluentes atmosféricos quer ao auto controlo das emissões gasosas”. Assim, naquela data, foi enviado um ofício ao director Regional de Economia do Centro, dando conta que a empresa continuava a emitir poluentes atmosféricos e solicitando que fossem exercidos “os procedimentos previstos na lei e as providências necessárias, no sentido de eliminar os riscos e inconvenientes susceptíveis de afectar as pessoas e bens, o ambiente e as normas higieno-sanitárias. A CCDR foi também informada”. Já não é a primeira vez que a população afectada subscreve “abaixo-assinados” com vista a denunciar a “situação verdadeiramente de terceiro mundo” que atinge quem vive nas imediações da fábrica e até em freguesias limítrofes, incluindo a cidade da Mealhada, reforça Carlos Cabral. Abaixo-assinado Desta vez, os subscritores do documento começam por recordar que, há cerca de um ano, já haviam promovido um abaixo-assinado, queixando-se “da agressão a que diariamente estão expostos, provocada pelos diversos tipos de poluição” e que, apesar do proprietário da fábrica ter anunciado a resolução do problema até ao passado mês de Setembro, constatam que “está tudo na mesma”. No abaixo-assinado lê-se: “Vimos, novamente, reclamar pelo facto de continuarmos muito afectados com toda a situação e agora particularmente sobre o ruído, proveniente de tubagens, motores, equipamentos, que se encontram no exterior das instalações fabris, à vista, sem qualquer protecção e que emanam com certeza níveis altíssimos a ponto de afectar o sono a pessoas que têm as suas casas a centenas de metros”. JB tentou, sem sucesso, contactar o proprietário da empresa Alcides Branco. |