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12-05-2005

Feira Medieval ou uma viagem no tempo


Palhaça

A Feira Medieval, em terceira edição, que teve realização, no último fim de semana, na vila da Palhaça, foi, para além do natural e inquestionável sucesso, com uma afluência de mais de cinco mil pessoas, uma festa que envolveu três gerações, cada uma à sua maneira, viajando no tempo ... da Idade Média.

Um sábado de trabalho e convívio

Coincidente com as festas religiosas de Vila Nova, comemorativas da Ascenção, trazendo à vila muito colorido e movimento, a Feira Medieval, que integra o calendário cultural da Câmara de Oliveira do Bairro, por sua iniciativa ser, em parceria com cada uma das freguesias, que recebe o evento (para o ano, será o Troviscal) realizou-se exactamente no terreiro da Feira, local que todos os participantes consideraram excepcional para este tipo de eventos.

De véspera, sábado, já se sentiu o movimento próprio com a instalação de tendas militares de campanha, sendo de destacar três mouras, as tendas dos artesãos e as tasquinhas para o engodo e a satisfação dos feirantes cujo número foi muito grande.

O que pela primeira vez foi montado em Portugal, numa feira medieval, para além dos canhões habituais, (as catapultas) foi o trabuquete, uma arma de artilharia, de há seiscentos anos, cujo alcance não atinge mais do que 150 metros e o projéctil não podia pesar mais do 30 kilos. Ali as granadas eram de esferovite para não haver nem feridos nem mortos. Todavia, o homem - um galego, o Andres Louro - que recriou a arma dos desenhos antigos, mostrava algum receio, à mistura, com alguma adrenalina e expectativa, quanto aos ensaios . Está-se mesmo a ver. Era arma de assaltar quartéis.

Andres Louro, galego que foi artesão em feiras medievais, na Galiza apaixonou-se pela parte de teatro e pelo Viv’Arte. “Se não gostasse, trabalhava em Espanha, que era mais perto”, afirma, sem hesitação. O trabalho em equipa é para ele mais gratificante, no melhor e no pior.

“Não é por acaso que os artesãos estão aqui, quando podiam ir para a feira de Vila Nova de Famalicão, onde até vendiam mais”, acrescenta João Cardoso, um professor de História de Coimbra, a trabalhar no Viv’Arte.

“Excedeu todas as previsões” - afirmou-nos o vice-presidente da câmara, Victor Oliveira que não deixou de lembrar o esforço e tenacidade para “armar” uma feira deste género que foi simultaneamente encontro e convívio de muitos grupos e de muitos artesãos.

De entre os grupos, de sublinhar: Viv’Arte, de Oliveira do Bairro, responsável por esta realização; Gaitas da Gailécia, Galiza, e Alcaravan, de Granada, Espanha, grupo de teatro Artencena, de Vila da Feira, Compinxas, de Espinho, Arco, de Covões, Grupos de Danças Josefa de Óbidos e ainda o Grupo de Dança “A Corte da Aldeia, da mesma localidade e Cavaleiros do Tempo.

Não faltou também um toque religioso, já que as feiras eram feitas, muitas vezes, à volta das igrejas. O Museu de S. Pedro montou ali uma ermida com sineta e tudo e até um confessionário ao ar livre...

O grande desfile

O domingo foi o dia maior, cheio de movimento e de cor, alegria e expressividade, proporcionado por histriões, comedores de fogo, saltimbancos, danças, torneios de armas, teatro, desfiles.

Um deles realizou-se no início da tarde. O cortejo, onde não faltava o chefe de armas, Mário Costa, rodeado de D. Leontina Novo e de D. Tomé de Carvalho, com traje não condizente com a sua categoria, representando, por sua vez e muito convictamente os seus papéis, não especificados, deu a volta à Praça de S. Pedro.

No mesmo cortejo enfileiraram princesas, pajens, cavalos e cavaleiros, cruzados, gaitas de foles e muito povo, num total aproximado de 200 figurantes, entre os quais, muitas crianças das escolas primárias, devidamente vestidos à época, todos folgando e rindo. (O número de crianças devidamente trajadas, - viram-se, depois, algumas vendendo tanto amendoins, como aves - era de cerca de quatrocentas).

Chegados ao terreiro da Feira, as personagens principais subiram ao palco (quartos de banho) de onde o chefe de armas apregoava ordens ou dirigia as trupes e para impor algum respeito no povo lá vinha o toque de clarim para o rei anunciar mais qualquer outra ordem, nomeadamente pôr a dançar o grupo de Danças de Zefa de Óbidos ou marcar torneios de armas.

Forrar lucro

Quem ganhou nas tasquinhas e nas tabernas com um cheirinho à época medieval, mas sobretudo aos bons sabores de hoje, foram as instituições de solidariedade social, (Centro Social de S. Pedro, da Palhaça, Solsil, do Silveiro, Santa casa da Misericórdia de O. do Bairro), as associações de pais (EB 2.3 de Oiã, Escola e Adama de Malhapão, Apesil, do Silveiro, IPSB, de Bustos, e ainda o PAJOV, da Palhaça e ABC, dos Carris).

A Palhaça primou pela presença, muito significativa, sendo, por isso, de referir também Grupo Folclórico, Caritas, com o seu forno, Associação de Pais das Escolas e Conselho Económico da Fábrica da igreja.

Todos, no geral, não tiveram mãos a medir para servir a bem disposta clientela em busca do convívio e alegria na ajuda.

Nas tendas dos artesãos, os mais variados, eram mercados licores e mel, folares, calçado, ouro branco, louças, couros, entre outros artefactos.

Leandro Coutinho, de Gondomar, era um dos artesãos que frequenta as feiras organizadas pelo Viv’Arte. Reconheceu as dificuldades próprias do negócio: “ o país atravessa uma crise muito grande. O que me vale é não ter concorrência”, mas sempre foi dizendo que se vendesse uma só peça de ouro já valia a pena ter vindo até à Palhaça. E mais disse: que os chineses e japoneses não conseguem fazer a junção do ouro com a prata e é o que nos vale.

“É nisto que devíamos apostar” - acrescentou Leandro Coutinho, com uma roupagem rica.

Armor Pires Mota


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