A principal aposta do CDS-PP nas próximas autárquicas vai ser o crescimento do partido para preparar as eleições de 2009, disse à Lusa o secretário-geral dos democratas- cristãos, Martim Borges de Freitas. "A aposta séria do CDS vai ser o aumento do número de autarcas e vereadores. Não é exigível a um partido que oscila entre os sete e os dez por cento que ganhe câmaras a torto e a direito", justificou o secretário-geral e coordenador autárquico do partido. Para Martim Borges de Freitas, as autárquicas de Outubro devem servir também para "que em 2009, o CDS se possa apresentar com uma força que ainda não tem". "Estas autárquicas são um momento único para fazer crescer o CDS", sublinhou, escusando-se a apontar metas em termos de número de Câmaras a conquistar, até porque o trabalho de levantamento no terreno ainda não terminou. No próximo sábado, o secretário-geral irá reunir-se com representantes das estruturais locais onde existiram coligações nas últimas autárquicas. "Queremos saber como decorreram estes quatro anos, se há vontade de renovar as coligações e, não havendo, qual a capacidade de resposta do partido", explicou. A estas estruturas, o secretário-geral vai deixar uma orientação clara da direcção: não existirão quaisquer coligações autárquicas com o Partido Socialista. Nas eleições autárquicas de 2001, o CDS-PP concorreu sozinho a 195 dos 308 concelhos do país e conseguiu três presidências de Câmara: Marco de Canavezes, Oliveira do Bairro e Corvo (Açores). No entanto, as perspectivas de manutenção destes municípios não são as melhores: Avelino Ferreira Torres, candidato em 2001 pelo Marco vai agora concorrer como independente por Amarante, e Acílio Gala não se recandidata em Oliveira do Bairro, tendo já sido apresentada Leontina Novo para este concelho. Só no Corvo se mantém a hipótese de o CDS apresentar o mesmo candidato, o antigo carteiro Manuel Greves, além de ter conseguido "recuperar" Daniel Campelo para uma candidatura pelo partido à Câmara a que já preside, Ponte de Lima. Em 2001, o CDS concorreu coligado com o PSD em 43 concelhos, coligações de que resultaram 16 presidências de Câmara e aliou-se ao PS em sete concelhos, mas sem qualquer vitória. Na moção com que se tornou líder do partido, "2009", José Ribeiro e Castro definiu as condições em que poderão existir coligações: se essas forem uma hipótese vencedora, se corresponderem ao desejo das estruturas locais e se se adequarem aos objectivos nacionais do partido. O gabinete autárquico do CDS-PP deverá estar concluído na próxima semana, altura em que terminará também o levantamento da situação no terreno. |