O Governo quer aproveitar as escolas do País, que devido à quebra demográfica contam cada vez menos alunos, para atrair a população activa para a melhoria das suas qualificações, anunciou hoje a ministra da Educação. Segundo Maria de Lurdes Rodrigues, que falava no Congresso Internacional sobre Educação e Trabalho, na Universidade de Aveiro, pretende-se tirar partido da infra-estrutura física e humana da rede escolar, numa época de quebra demográfica, para colocar o sistema educativo também ao serviço da população activa. Portugal "continua com as mais baixas taxas de escolarização, apesar do esforço que o país tem feito para recuperar, que permitiu, entre 1980 e 2001, reduzir o analfabetismo para metade e duplicar a população com habilitações de nível superior", disse a ministra. "A dimensão do desafio que temos pela frente é evidenciada pelas estatísticas, que nos mostram que 2,4 milhões dos activos não terminaram sequer nove anos de escolaridade, 800 mil dos quais são jovens com menos de 40 anos", salientou. A via escolhida pelo Governo e que expôs ao congresso é a de diversificar o ensino para combater o insucesso e o abandono escolar dos jovens e atrair a população activa para a melhoria das suas qualificações, "transformando as escolas e centros de formação em centros abertos de aprendizagem". Actualmente só 70 mil activos frequentam qualquer grau de ensino e a ministra afirma que para o Governo a que pertence é prioritário alargar a aprendizagem ao longo da vida e inverter a quase ausência de reconhecimento de competências fora do sistema formal de ensino. Segundo anunciou, os cursos de adultos deverão ser prolongados até ao secundário e o sistema de certificação e validação de competências, actualmente com 86 centros no país, deverá ser alargado a todos os centros de formação profissional e agrupamentos de escolas, para garantir uma segunda oportunidade de formação para a população activa. O Congresso Internacional Educação e Trabalho decorre até ao dia 4, na Universidade de Aveiro (UA), sob o tema "Representações Sociais, Competências e Trajectórias Profissionais", numa iniciativa conjunta do Departamento de Ciências de Educação da UA, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e da Universidade de Salamanca. |