Soube há poucos minutos que a Divina Misericórdia - Jesus Cristo - veio com Nossa Senhora, Sua Mãe (1º sábado), buscar o Papa João Paulo II para lhe dar a recompensa eterna. Não posso deixar de sentir uma saudade imensa deste vigário de Cristo que, como o Seu Mestre, nos amou até ao fim, e, ao mesmo tempo de experimentar uma gratidão infinita para com Deus que concedeu à Igreja e à humanidade este dom prodigioso, este milagre, que foi o Papa João Paulo II. S. João Paulo II foi uma presença visível e sensível da misericórdia divina. O seu pontificado foi marcado por uma perseverança tenaz no amor a cada pessoa humana. Nunca desistiu ou sequer desfaleceu em amar cada um dos seres humanos. Daí a sua oração, as suas viagens pelo mundo, a sua clareza e desassombro no anúncio da Evangelho - da Verdade, o ecumenismo, o diálogo inter-religioso, a defesa dos trabalhadores e dos pobres, dos e/imigrantes, dos refugiados, da liberdade, da dignidade de toda a pessoa, da inviolabilidade e sacralidade da vida humana, desde a concepção até à morte natural, do amor conjugal, da verdade da doação íntima dos esposos (Humanae Vitae), da família, da paz, etc. E todo este amor que nos tinha era a expressão acabada da prioridade absoluta, sobre tudo e sobre todos, que dava a Deus. De facto, nele se tornava patente a todos, o 1º Mandamento - “O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma com todas as tuas forças”. Parece-me uma “injustiça” manifesta dar a este Papa o cognome de grande ou de magno, porque isso o apouca, pois ele foi enorme, imenso, um milagre prodigioso! A verdade é que ainda não nos apercebemos, por estarmos demasiado perto, da dimensão gigantesca deste Papa. Mas a história da Igreja far-lhe-á justiça e, então, se verá, entre outras coisas, o dislate absurdo que é catalogá-lo de avançado nas questões sociais e de retrógrado nas morais, não só porque não são categorias adequadas para formular um juízo, mas porque há uma coerência absoluta na verdade que anunciou, sendo que tudo o que nele é considerado progressista depende, está essencialmente ligado ao que é considerado conservador. Não tenho dúvidas que João Paulo II - como disse Sta. Teresinha de Lisieux - “passará o Céu a fazer o bem sobre a terra”. Por isso, mais do que rezar por ele rezo-lhe a ele. Peço a sua intercessão para que nos guie no anúncio da Evangelho da Vida e que protege Portugal da “cultura da morte”.
Nuno Serras Pereira |