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05-04-2005

João Paulo II, O Grande


Editorial

Neste fim-de-semana foi incontornável falar-se sobre o Papa João Paulo II.

Nesta edição (em papel e electrónica www.jb.pt) vários serão os artigos e as opiniões sobre este tema que comoveu todos os homens de boa vontade no planeta que habitamos.

A profecia do poeta polaco Juliusz Slowacki (1809 - 1849) tornou-se a mais bonita das realidades com a eleição do Papa Karol Wojtyla em 1978. O poeta romântico tinha escrito um século antes;

“No meio das nossas discordâncias
O Senhor lembra-nos de sua presença.
Um grande sino está soando
O trono sendo preparado para o papa eslavo.
A espada não o fará fugir,
Aparecerá bravamente como o Senhor.
O mundo não é nada mais que poeira para ele,
A sua palavra é a luz das multidões”.

João Paulo IIcresceu e fez-se homem, vivendo debaixo das duas piores aberrações colectivas que a humanidade jamais produziu: o comunismo e nazismo. O Papa pregou e viveu como anunciou sua Fé ao Mundo. Usou a palavra e o amor como arma e os sacramentos como única força. Ofereceu a face e perdoou como Jesus, por exemplo, quando absolveu Ali Agca. Encarou o sofrimento como redenção e com isso alertou a sociedade ocidental para o isolamento com que ignora os idosos e doentes. A determinação sábia da sua vontade em abraçar todos os homens, qualquer que fosse o credo ou fé, abriram portas imensas no ecumenismo. A sua inquebrantável Fé moveu as maiores montanhas do totalitarismo de Leste, mas abalou igualmente as estruturas do capitalismo selvagem e desumanizado. A sua coragem na defesa e propagação dos valores essenciais do Cristianismo conferiram-lhe uma dimensão universal e serão exemplo para milhões de pessoas no mundo de hoje e de amanhã.

João Paulo II foi um apóstolo dos tempos modernos e todos nós deveremos agradecer a Deus o termos tido a graça de podermos ter “conhecido” e “convivido” com um Homem como Karol Wojtyla.

Deus saberá como recompensar este seu servo, mas enquanto homem, Karol Wojtyla, é daqueles cuja simples existência permitiu a ascensão àquele patamar que Luís Vaz de Camões maravilhosamente definiu quando escreveu;

“Aqueles que por obras valerosas / Se vão da lei da morte libertando”.


António Granjeia*
*Administrador do Jornal da Bairrada


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