O Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, considera que "a vida e a mensagem de João Paulo II marcaram, indelevelmente, a história da Igreja e, por esta, do mundo". Em Nota Pastoral sobre o falecimento do Papa, o prelado salienta que, "para além da crença religiosa, ninguém ficou insensível à figura de João Paulo II...". "Acolhido e amado por multidões, pode ter suscitado críticas e repulsas de alguns, mas nem estes deixarão de reconhecer o contributo de um testemunho heróico", afirma. Sublinha que, "para a Igreja, foi um dom que traçou o rumo nesta viragem de época e de milénio". "A sua palavra trazia, permanentemente, o ritmo certo e o entusiasmo necessário para prosseguir, em gestos de actualidade resplandecente, o anúncio da perene Boa Nova como alicerce de um Mundo mais justo e fraterno", assinala. Para o Arcebispo, "João Paulo II pôs a Igreja em contacto com o mundo e nada lhe foi estranho. Partiu para se encontrar com tudo e com todos". "Em todos os lugares semeava a esperança, tornando-se profeta para as comunidades cristãs que não podem fechar-se, mas devem tornar- se peregrinas pelas estradas de todos e, preferencialmente, dos mais pobres", anota. Acresce que - refere -, "a todos os lados levava uma mensagem de coerência e fidelidade, independentemente do acolhimento imediato que lhe poderiam prestar". "Era a ousadia de entrar no projecto de Cristo que suscitava a coragem da sabedoria no diferente", escreve, acentuando que o Papa "soube fazê-lo num estilo e numa linguagem de comunicador eloquente, que todos entendiam". Para o chefe da Igreja Católica bracarense, a mais antiga de Portugal, João Paulo II "permanecerá como um desafio programático nesta arte onde a Igreja deverá investir para que o eterno da sua mensagem se revista de modernidade interpeladora". "A sua vida coloca-nos de joelhos para agradecer e imitar", afirma, frisando que há que agradecer "a coragem intrépida e a fidelidade em todos os momentos, com relevo especial nos mais dolorosos" e "imitar no modo de encarar a ausência de referências e o relativismo de opções e critérios". "A dor da sua partida não nos retira a alegria de um legado", termina, solicitando "a todas as comunidades que se congreguem em oração, louvando o Senhor e encontrando os caminhos da Nova Evangelização como testamento especial". O Arcebispo determina, ainda, que "todas as comunidades toquem os sinos em momentos oportunos até ao funeral e, particularmente, no dia e momento deste, convidando os cristãos, nesta ocasião, a uma paragem silenciosa, mesmo em ambiente de trabalho, para reflectir e orar no desejo de acolher o riquíssimo testamento espiritual que João Paulo II nos deixa". Convoca, ainda, os cristãos - e particularmente os sacerdotes - para uma celebração eucarística, na Sé Catedral, na segunda-feira, dia 03, às 18:00 horas. |