A Câmara da Mealhada apelou às autoridades ambientais para que ponham fim aos maus cheiros alegadamente provenientes de uma fábrica na freguesia do Luso, admitindo a possibilidade de a população recorrer a protestos "menos ortodoxos". Segundo fonte da autarquia, há cerca de duas semanas que o mau cheiro tem afectado de forma intensa o concelho e hoje foi enviado um ofício dirigido à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro(CCDRC) reclamando medidas. No ofício, o presidente da Câmara da Mealhada, Carlos Cabral, requer "que sejam tomadas as necessárias medidas para acabar com tal atentado ambiental, nem que tenha de se passar pelo encerramento parcial ou total de tal fábrica até a questão estar solucionada". Segundo o autarca, nas duas últimas semanas, as freguesias de Luso, Vacariça, Pampilhosa, Casal Comba e Mealhada têm sido "invadidas por cheiros nauseabundos". A Câmara diz ter detectado a origem, que estará numa fábrica de refinação de óleos e gordura, localizada na Lameira de Santa Eufémia, na freguesia do Luso. Considerando que a situação precisa de uma intervenção urgente, Carlos Cabral alerta para "a indignação geral da população, caso as autoridades da área do ambiente não intervenham", e comunica não se responsabilizar "por qualquer acção popular que, por meios menos ortodoxos, ponha cobro a tamanha falta de respeito pela população". Segundo a autarquia, a questão da poluição atmosférica arrasta- se há mais de um ano, tendo a Câmara da Mealhada "vindo a solicitar há muito a intervenção das entidades competentes para a resolução do problema que, recorrentemente, se agrava". "É inadmissível que a fábrica continue a laborar com +licenças precárias+, mesmo com pareceres desfavoráveis desta autarquia", considera o Presidente da Câmara da Mealhada. A autarquia remeteu também cópia do ofício à Equipa de Protecção da Natureza e Ambiente do Destacamento Territorial de Águeda da GNR. |