Os negócios que cruzam autarquias, empreiteiros e futebol chegam a tribunal.
O Ministério Público acusou, esta terça-feira, 68 arguidos, entre antigos e atuais autarcas, clubes desportivos e respetivos presidentes, altos quadros de municípios, vinte empresários e doze sociedades comerciais no decorrer da operação "Ajuste Secreto".
Esta ação envolveu a realização de buscas, em 2017, tendo passado pelas Câmaras Municipais de Estarreja, Albergaria, Matosinhos, Gondomar e Oliveira de Azeméis, com análise aos ajustes diretos, e pelas instalações de cinco clubes do distrito de Aveiro.
Em apreciação a suspeita dos crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, peculato e tráfico de influências.
Hermínio Loureiro, ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis e antigo presidente da Liga de Clubes de Futebol, é um dos nomes mediáticos do processo instruído no Departamento de Investigação e Ação Penal de Aveiro.
É apontado como figura central de um esquema de viciação de concursos públicos em que participaram quatro empreiteiros, o seu sucessor na câmara de Oliveira de Azeméis, Isidro Figueiredo, o secretário da autarquia e dirigentes de clubes como o Cucujães, o Macieirense e a Oliveirense.
Hermínio Loureiro, atual dirigente da FPF e que foi secretário de Estado da Juventude e Desporto, é apontado como o homem que influenciava os decisores dos concursos e a existência de "saco azul" para financiar os clubes de futebol.
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