A China vai voltar a medir a altitude do Everest, uma operação que preparou nos últimos anos e não efectuava desde 1975, quando estabeleceu que o pico mais alto do mundo mede 8.848,13 metros. A medição será pela primeira vez "real" (sem gelo e neve, através de rádio), e os equipamentos a transportar por cada cartógrafo não ultrapassarão três quilogramas de peso, noticia hoje a imprensa. Segundo o jornal "Beijing Morning Post", a expedição será iniciada em Lhasa, capital do Tibete, onde a 20 de Março se reunirão os 35 cartógrafos (entre os quais nove mulheres, quatro das quais já subiram ao pico), alpinistas e especialistas em Física que a integrarão. A tarefa de medir o Everest, que na língua tibetana significa "Terceira Deusa", será desta vez efectuada directamente por cartógrafos, em vez de alpinistas como anteriormente, e ficará concluída a 20 de Junho. Segundo o Gabinete Estatal Chinês de Cartografia, o movimento da crosta terrestre e a erosão provocada pelo gelo e a neve poderão ter afectado a altitude do pico mais elevado do mundo, que se situa no centro da cordilheira do Himalaia. Xin Shao Hua, vice-director do departamento cartográfico terrestre do gabinete, disse ao jornal que nos últimos anos se efectuaram diversas investigações científicas que permitiram acumular numerosos dados, a primeira das quais entre 1959 e 1960. De 1966 a 1968, outra investigação realizada por mais de uma centena de pessoas descobriu fósseis com 500 milhões de anos e traçou um mapa de escala 1:50.000. Uma terceira expedição, em 1975, em que participou pela primeira vez uma mulher, estabeleceu a sua altitude acima do nível do mar em 8.848,13 metros. A nova expedição será dividida em cinco grupos, cada um dos quais integrado por alpinistas, cartógrafos e peritos em Física. Xin reconheceu que às dificuldades da escalada se juntará o mau tempo previsto, mas adiantou que os alpinistas substituirão os cartógrafos se estes não conseguirem subir até ao cume. |