A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta volta a questionar as políticas de mobilidade sustentável e diz que a revisão do Plano Diretor Municipal fica aquém do necessário para um plano com direção mais definida.
Deixou sugestões no período de consulta pública que terminou no dia 26 de Outubro e espera alterações ao documento apresentado.
Para a MUBi a revisão falha ao não incluir uma “visão de futuro” e “estratégia municipal consistente” para a mobilidade sustentável, abordagem sistematizada de redução do risco rodoviário e a qualificação do espaço público a uma escala mais humana.
Diz que não basta garantir a obrigatoriedade de as operações urbanísticas passarem a assegurar espaço e parqueamento para bicicletas.
Nas “ausências” fala da redução da dependência do transporte motorizado individual; reforço do transporte público; hierarquia viária centrada no peão; incentivo das deslocações a pé, em bicicleta e outros modos suaves, nos centros urbanos e nas suas ligações; qualificação adequada do espaço público; dotação da cidade e do município com as infraestruturas necessárias à circulação em segurança e conforto de peões e ciclistas.
“É sintomático disso o PDM contemplar a ligação rodoviária Aveiro - Águeda, sem financiamento definido, e omitir as ligações cicláveis Aveiro - Gafanha da Nazaré e Aveiro - Ílhavo - Vagos, com financiamento do Fundo Ambiental”, critica a MUBi.
A associação defende que o PDM deveria estabelecer objetivos de quotas modais, a 5 e a 10 anos, visando uma repartição mais equilibrada dos vários modos de transporte.
“Seria inaceitável que Aveiro, partindo de uma base de utilização de bicicleta muito superior à média nacional, e possuindo características naturais e dimensão territorial muito favoráveis ao seu uso e uma forte cultura associada a este meio de transporte, ficasse aquém do objectivo nacional de até 2030 pelo menos 10% das deslocações nas cidades portuguesas serem feitas em bicicleta”.
Além da rede rodoviária, existente e prevista, a MUBi duz que as redes pedonal e ciclável integradas e complementares com as redes de transportes públicos deveriam ter o mesmo destaque a pensar nos principais núcleos urbanos do concelho e nas ligações aos aglomerados urbanos em concelhos vizinhos.
A MUBi defende, ainda, a definição da implementação de Zonas 30 em todas as zonas habitacionais do concelho e, em linha com as indicações do Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020/2030, a definição de Zonas de Emissões Reduzidas, recomendando a sua implementação no centro urbano da cidade de Aveiro.
Defende também que o PDM passe a indicar como opcional, em lugar de obrigatório, o espaço para estacionamento automóvel em arruamentos públicos e planos de mobilidade para as escolas.
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