A gestão do tráfego ferroviário vai ser concentrada em Lisboa e Porto, em centros de comando que vão gerir não só a circulação dos comboios e a sinalização como até a vídeo- vigilância nas várias estações. A medida foi anunciada hoje em Aveiro pelo presidente da REFER, empresa que gere a rede ferroviária nacional, Brancamp Sobral, durante uma visita às obras da nova estação de Aveiro, que deverá ficar concluída em Junho. Segundo Brancamp Sobral, o Centro de Comando Operacional de Lisboa "está em fase final de estudo" e, "à medida que vai for sendo introduzida a sinalização electrónica e automática, será centralizada a gestão do tráfego ferroviário". A partir dos centros de comando será gerida toda a circulação na rede ferroviária, as catenárias, a sinalização, a vídeo-vigilância nas estações e até mesmo a informação ao público, de forma centralizada. Além do Centro de Comando Operacional de Lisboa será feito outro no Porto, ficando o de Lisboa com o tráfego do sul do País e o Porto com o norte, mas o sistema ficará preparado para, no caso de qualquer catástrofe ou acidente grave, o comando de Lisboa passar para o Porto e vice-versa. De acordo com o projecto da REFER, estão previstos mais dois centros operacionais no país, cuja localização não foi definida, sendo certo que o controlo do tráfego ferroviário de outras operações deixará de ser feito ao nível local, nas várias estações. A nova estação de Aveiro é considerada pelo presidente da REFER a terceira do país, a seguir à gare do Oriente (Lisboa) e a Campanhã (Porto), pela modernidade das soluções e sofisticação dos equipamentos, fazendo parte, juntamente com a futura estação de Coimbra de uma nova geração de gares ferroviárias. A sua construção insere-se na modernização da Linha do Norte entre Quintãs e Ovar, correspondendo a um investimento global de 70 milhões de euros. Segundo dados da REFER, em Outubro ficou concluída a empreitada da linha geral, em Maio deverá terminar a empreitada de acabamentos da estação propriamente dita e em Junho a totalidade da obra. Somente a parte respeitante às questões de urbanismo, nomeadamente a articulação com as zonas de estacionamento e de circulação automóvel, não tem ainda data de conclusão marcada, devido a alguns problemas com a posse de terrenos, "mas nada de irresolúvel", segundo Brancamp Sobral. A nova estação de Aveiro é constituída por dois edifícios e uma galeria comercial subterrânea, por onde é feito o acesso dos passageiros às plataformas, correspondendo a uma área útil de 2.723 metros quadrados. A par das obras da nova estação, foi construído um viaduto que prolongará a actual Avenida Dr. Lourenço Peixinho, dará acesso a um parque de estacionamento à superfície de 320 lugares e servirá o desenvolvimento urbano da zona, desembocando numa nova rotunda na Estrada Naconal 109, juntamente com a Alameda da Forca-Vouga e a futura avenida de Santa Joana. |