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05-03-2005

Paulo Portas vai assumir mandato de deputado nos próximos meses


Aveiro

O presidente demissionário do CDS-PP, Paulo Portas, anunciou hoje perante o Conselho Nacional do partido que vai assumir o seu mandato de deputado no Parlamento nos próximos meses e assegurou que não interferirá na escolha do seu sucessor.

De acordo com fontes do Conselho Nacional do CDS-PP, que está reunido em Lisboa para avaliar os resultados das legislativas e decidir a data do próximo congresso, Paulo Portas anunciou que assumirá o lugar de deputado, eleito pelo círculo de Aveiro, durante os próximos meses.

Segundo as mesmas fontes, Portas justificou a sua saída da liderança defendendo a necessidade de o CDS-PP, depois de três anos no Governo, poder alterar o seu discurso, entrando num novo ciclo político, o que implica novas caras à frente do partido.

Num discurso de cerca de uma hora e meia, que abriu a reunião do Conselho Nacional do CDS-PP, o líder demissionário garantiu que não se envolverá na corrida pela sua sucessão e teve um discurso optimista em relação ao futuro do partido, apesar da derrota eleitoral.

Portas terá defendido que o Governo socialista, apresentado sexta-feira ao Presidente da República, Jorge Sampaio, é "fraco" e que o novo presidente do PSD, seja Marques Mendes ou Luís Filipe Menezes, aproximará os sociais-democratas da esquerda, deixando espaço político para o CDS-PP.

Apesar de se considerar o primeiro responsável pelos resultados do partido nas legislativas de 20 de Fevereiro, o ainda ministro da Defesa terá, de acordo com dirigentes do Conselho Nacional, responsabilizado também Jorge Sampaio, acusando-o de "conscientemente" ter dissolvido o Parlamento no melhor momento para a oposição e no pior momento para o Governo.

Aplaudido pelos dirigentes do órgão magno do partido entre congressos no final da sua intervenção, Portas terá também "corrigido" o líder social-democrata demissionário, Pedro Santana Lopes, afirmando que a relação de forças entre os dois parceiros de coligação não se manteve após as eleições, uma vez que o CDS-PP representa agora um quarto do PSD quando antes representava um quinto.


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