Os Festivais de Outono, iniciativa cultural da Universidade de Aveiro, regressam de 25 de outubro a 29 de novembro e este ano com espetáculos em Ílhavo.
Mário Laginha e o brasileiro Quarteto do Rio são apenas dois dos convidados.
O novo diretor artístico explica que há novos espaços e pluralidade musical e um alargamento do âmbito do festival.
Pedro Rodrigues fala numa programação que é, também, sinal de agradecimento.
“É um gesto de agradecimento”, esclarece ainda o multipremiado intérprete de guitarra clássica e professor da UA.
Com a nova direção artística, o programa começa a trilhar um percurso com maior amplitude geográfica, alargando-se a Águeda, Oliveira de Azeméis, cidades onde estão localizados os campi da UA (casos, respetivamente, da Escola Superior de Tecnologia de Gestão de Águeda e da Escola Superior Aveiro Norte) e Ílhavo.
Em Ílhavo estão localizadas outras estruturas da rede UA, nomeadamente, o ECOMARE e o PCI-Creative Science Park.
“Este percurso, para além do contributo cultural intrínseco, é um gesto de agradecimento para com as cidades cuja parceria enriquece e fortalece a missão da Universidade de Aveiro”, escreve o diretor artístico no texto de enquadramento do programa.
Esta ideia de alargar o evento à região “que nos toca cada vez mais”, em concreto, a municípios onde a UA está presente de forma mais ou menos direta, “foi acolhida com muito agrado” pelos municípios, refere com satisfação Alexandra Queirós, Vice-reitora da UA com o pelouro das Políticas para a Cultura e a Vida nos Campi.
Por outro lado, no programa dos FO 2019 convivem diversas sensibilidades estéticas.
Há sons de jazz que refletem uma das componentes letivas do Departamento de Comunicação e Arte e que também têm marcado presença noutras edições.
É pelas mãos do “sempre surpreendente”, nas palavras do diretor artístico dos FO, Mário Laginha e do trio de Nuno Guedes de Campos que o jazz entra no programa de 2019.
Mário Laginha tem dois concertos agendados nestes FO 2019, a 3 de novembro, no Centro de Artes de Águeda, e a 9 de novembro, no auditório Renato Araújo, na Reitoria da UA.
Um outro pendor do programa reflete a presença do flamenco, com um concerto do cantor espanhol Diego el Gavi e do pianista cubano Victor Zamora, a 23 de novembro, no auditório Renato Araújo, Reitoria da UA.
A música e cultura brasileiras, a que não é indiferente a significativa presença da comunidade daquele país na UA e, em particular, nos cursos de música do Departamento de Comunicação e Arte, também está expressa nesta edição.
O concerto de abertura com o Quarteto do Rio (fundado em 1946) acompanhado pela Orquestra Filarmonia das Beiras sob a direção do Maestro António Vassalo Lourenço, revisita algumas das mais representativas páginas de Tom Jobim, João Gilberto e Vinicius de Moraes. Nos concertos de abertura (a 25 de outubro, Reitoria da UA) e de encerramento (a 29 de novembro, no Teatro Aveirense) participa, como já vem sendo hábito, a Orquestra Filarmonia das Beiras.
O programa não esquece os músicos formados pela UA, aspeto em que o concerto na Sé de Aveiro, a 31 de outubro, da Orquestra de Cordas do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da Universidade de Aveiro, sob a direção do Maestro André Cabral da Fonseca, é apenas um exemplo.
Dois compositores portugueses destacam-se no programa de 2019: o compositor precocemente desaparecido José Luís Ferreira será homenageado pelo Ensemble DME (7 de novembro, auditório do CCCI, DeCA, UA) e António Chagas Rosa, também professor da UA, que por mais de dez anos foi o diretor artístico dos Festivais de Outono.
Após a mesa redonda com a presença de Jorge Castro Ribeiro, Diana Ferreira, Pedro Amaral e do próprio compositor, sob o título “Agradecimento a António Chagas Rosa”, o Quarteto de Matosinhos interpretará obras suas.
Este agradecimento está agendado para 16 de novembro, no auditório do CCCI, no DeCA.
Perante a já demonstrada vontade de António Chagas Rosa se afastar da direção dos Festivais, Pedro Rodrigues “foi uma escolha natural”, afirma a Vice-reitora da UA.
Músico e professor da UA, foi considerado pela “20th Century Guitar Magazine” como "A rising star of the classical guitar" (“Uma estrela em ascensão da guitarra clássica”), é um multipremiado intérprete que coleciona mais de 20 (vinte) distinções, com destaque para o Artist’s International Auditions (Nova Iorque), Concorso Sor (Roma) e Prémio Jovens Músicos, de Salieri-Zinetti, Paris, Montélimar, Valencia, Sernacelhe entre outros.
O músico foi ainda autor do programa de rádio “Seis cordas para um país” (Antena 2) e lançou recentemente o disco “Guitarra e outras Histórias”, com composições de António Pinho Vargas.
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