Uma falsa juíza cobrava pequenas dívidas de IRS, Segurança Social e IVA ao Estado, indicando o NIB de contas que revertiam em proveito próprio, mas a burla foi descoberta pela PJ. Num comunicado hoje difundido, o Departamento de Investigação Criminal de Aveiro da Polícia Judiciária anuncia a detenção de dois casais da zona do Porto, que constituiriam uma rede criminosa chefiada pela falsa juíza, que ficou em prisão preventiva, enquanto os restantes terão de se apresentar periodicamente às autoridades. De acordo com a PJ, o grupo obtinha informação sobre as dívidas ao Estado através de editais publicados nos jornais e recolhia os números de telefone e de fax de várias instituições do Estado para dar credibilidade à cobrança. Na posse desses elementos, uma mulher de 38 anos, apontada como a líder do grupo, contactava os representantes das empresas em falta por telemóvel, intitulando-se juíza ou noutros casos quadro superior da administração pública, e induzia-os a depositarem as respectivas quantias em contas bancárias de que indicava o respectivo número de identificação (NIB). Essas contas eram abertas em nome de toxicodependentes, que apenas recebiam em troca pequenas importâncias em dinheiro, para poderem ser usadas na burla pelos dois casais. Os montantes não excediam os três mil euros em cada caso, mas por esse processo foram lesadas durante dois anos centenas de empresas um pouco por todo o país, numa burla que a PJ estima atingir "largas dezenas de milhares de euros". A investigação decorreu ao longo de vários meses e segundo a PJ, foi propositadamente dificultada pela dispersão territorial das acções do grupo, que assim pensava evitar que a extensão da actividade fosse averiguada de forma centralizada. |