A Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro e a Associação BioLiving, ONGs de defesa do ambiente e promoção da cultura, tornam públicas as suas preocupações com o que consideram ser uma “constante delapidação do património arbóreo da cidade”.
Abordam as requalificações de artérias urbanas, de parques, e outros espaços públicos com reconhecimento da necessidade de tais intervenções mas fala em paradoxo com o comprometimento do tecido arbóreo.
A requalificação da Avenida 25 de Abril é fonte de preocupação uma vez que já se fala em “nova estrutura arbórea”.
“Se a intervenção seguir os moldes a que o executivo camarário nos foi habituando, o trabalhado eufemismo camufla um real abate das dezenas de choupos-brancos que ladeiam a avenida. Estes choupos, na sua grande maioria, apresentam uma adequada condição fitossanitária, pelo que o seu abate não faz qualquer sentido do ponto de vista da gestão do risco, pois ainda muitos anos de vida lhes estão reservados”.
As duas estruturas afirmam que essa cortina de árvores representa um património “cultural e iconográfico enraizado na cidade e profundamente apropriado pelos residentes da avenida que, ante a sua perda, se verão desprovidos dos elementos identitários fundamentais da sua área de residência”.
A preocupação centra-se na “eventual substituição” destes choupos de grande porte por uma estrutura arbórea com árvores de menor porte, ou por espécies arbustivas.
“Já anteriormente, a ADERAV e a BioLiving manifestaram as suas preocupações com este mesmo património, uma vez que as intervenções de abate têm sido habitualmente planeadas sem suporte de um estudo fitossanitário adequado, constituindo atos ambientalmente e culturalmente irreversíveis e necessariamente irrefletidos”.
E desafiam a autarquia ao lançamento de um debate participado manifestando disponibilidade para participar e facultar apoio técnico-científico .
“Somos ainda apologistas das decisões democráticas e participadas, pelo que lançamos o desafio à edilidade aveirense de abrir as requalificações urbanas ao debate prévio, auscultando os cidadãos, as pessoas que vivem o território no seu quotidiano, construindo políticas de sustentabilidade modernas, participadas, inteligentes e eficientes”.
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