Os produtores florestais da Região de Aveiro reclamam maior reconhecimento pelos serviços de conservação dos ecossistemas que prestam à sociedade, através das suas atividades.
O alerta foi dado durante uma sessão informativa que decorreu em abril, organizada pela Associação Florestal do Baixo Vouga, em Albergaria-a-Velha.
Num dos painéis da sessão informativa, a professora Beatriz Fidalgo, da Escola Superior Agrária de Coimbra, defendeu que se os proprietários florestais proporcionam este tipo de serviço, que geram mais-valias para toda a sociedade, devem ser reconhecidos.
“A gestão sustentável da Floresta traz um conjunto de desafios, que a Associação Florestal do Baixo Vouga tem abraçado e para os quais os produtores florestais estão cada vez mais atentos. Na nossa região, aumentar a produtividade do eucaliptal, com garantia de retorno económico, e em simultâneo salvaguardar os valores ambientais, é possível. É esse o caminho que temos trilhado”, refere Luís Sarabando, da Associação Florestal do Baixo.
A corroborar a opinião da professora, o engenheiro florestal sublinha a importância de haver uma maior valorização dos serviços prestados pelos proprietários florestais, traduzindo o sentimento coletivo da audiência presente na sessão informativa.
“Neste momento, os proprietários florestais são dos agentes que mais protegem a Floresta. As boas práticas estão intimamente ligadas à proteção dos recursos ambientais, gerando impacto positivo no ecossistema, algo que toda a sociedade usufrui. Mas a responsabilidade não pode ficar só nas mãos dos produtores”, afirmou, referindo-se à necessidade de maior diálogo entre as associações e o Governo, de forma a implementar medidas que reconheçam a mais-valia do trabalho dos proprietários florestais.
Para Beatriz Fidalgo, a tendência é para uma maior valorização das funções sociais da Floresta, em que os serviços de recreio e ambientais se sobrepõem aos de produção.
O resultado é uma maior exigência da sociedade e uma maior pressão pública sobre a gestão florestal tradicional. Para a professora, é fundamental que o Governo ouça os proprietários florestais.
“Apesar da ação dos produtores, temos vindo a assistir a uma degradação da sua imagem social, bem como ao aumento da pressão da opinião pública. E a resposta do ponto de vista institucional tem sido novas exigências legislativas e cada vez mais restrições cegas e difíceis de implementar porque não têm em conta os protestos locais”, conclui
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