Nos sete anos de existência, a falta de visibilidade e de apoios do poder autárquico não tem permitido ao CPDVB - Clube de Pesca Desportiva de Vilarinho do Bairro, a notoriedade que os seus responsáveis desejavam, mesmo possuindo nas suas fileiras campeões distritais, nacionais e mundiais. ANZOL ENCALHADO Para a nova época, que começou, no passado fim-de-semana, o CPDVB, no âmbito da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, irá participar nos campeonatos nacionais da 2.ª e 3.ª divisões individuais e juniores, na modalidade de pesca de mar/costa, enquanto, no âmbito da Associação Regional de Pesca Desportiva de Aveiro e Beira Litoral, nos campeonatos da 2.ª, 1.ª, juniores, clubes e taça ARPDABL na modalidade de pesca de mar/costa, e ainda na modalidade de pesca em água doce, nos campeonatos da 3.ª, 2.ª, 1.ª divisões, esperanças, clubes e troféu ARPDABL. Além destes campeonatos nacionais e regionais, o único clube representante do concelho de Anadia nesta modalidade irá participar no Torneio dos Baleeiros 2005, na Ilha do Pico nos Açores e no evento Madeira Pesca 2005 na Ilha da Madeira, assim como em vários torneios organizados por clubes em todo o país. É, sem dúvida, muita prova e competição que os 25 atletas filiados irão participar, a maior parte, para competir, desembolsa várias dezenas de euros, dado que o clube não tem dinheiro para fazer face às despesas. O ano de 2004 foi bastante positivo, como nos confidenciou Nelson Santiago, que inicia o seu terceiro mandato à frente do CPDVB: “Procurámos manter as posições que tínhamos, os vários pescadores e várias modalidades, e tentar ganhar alguma coisa. Isso aconteceu, não houve descidas, embora ao nível de rio as coisas não corressem tão bem”. Os destaques vão para Manuel Moreira que foi campeão regional de mar/bóia; Rui Pedro Coelho, campeão nacional na modalidade de Surf-Casting e vice-campeão mundial de juniores, e António Manuel Ferreira, campeão do Mundo em juvenis, em água doce. Aflições financeiras Manter aquilo que tem sido uma das prioridades, mas questionado sobre o que falhou para alcançar a subida à 1.ª divisão, Nelson Santiago disse: “Com o orçamento que temos, 30 mil euros, dos quais dois mil são para inscrições, não dá para disputar divisões e provas mais altas. A verba é para as despesas e, mesmo assim, cada atleta suporta os seus custos com os seus materiais, que são muito caros”. A pesca é a quarta modalidade com mais atletas, mas, como não é uma modalidade de elite, não tem apoios. “Estamos a viver de alguns amigos de S. Lourenço do Bairro”, confessou Nelson Santiago, para logo acrescentar que “enquanto as pessoas não virem a pesca desportiva, também como um desporto, nomeadamente o poder autárquico, não se vai a lado nenhum”. Soubemos que a junta de freguesia de Vilarinho do Bairro, em 2004, deu 125 euros, enquanto a Câmara Municipal não contribuiu com nada, embora haja promessas que o possa fazer no corrente ano. E Nelson Santiago deixa uma crítica: “Lamento que a entidade autárquica de Vilarinho do Bairro ainda não tenha visto este clube como uma mais valia para a freguesia. Levamos o nome de Vilarinho do Bairro de norte a sul do país e ilhas, mas o apoio tem sido quase nulo”. A falta de verbas e apoios impediu que o CPDVB recusasse convites de Itália, Bélgica, França e Inglaterra. E se não fossem os pescadores? Na época passada, a direcção não conseguiu arranjar dinheiro para todas as despesas. O restante foi suportado pelos pescadores. Para o novo ano, num cenário de que a angariação será menor, cada atleta terá de suportar 50/60% do orçamento, o que leva o presidente do CPDVB a exclamar que “são estas as razões que nos levam a não pensar em outros voos”. Nelson Santiago deixou uma mensagem ao poder autárquico para que vejam o CPDVB como um clube que pratica uma modalidade desportiva, carenciada de fundos, e que as verbas distribuídas fossem idênticas a outras modalidades desportivas do concelho. Os atletas têm sido o grande suporte do clube. A angariação de alguma publicidade, de novos sócios, estando já agendada uma festa convívio para 10 de Junho, na Praia de Mira, com esse objectivo, rifas e venda de material alusivo ao clube, serão algumas das formas para atenuar as despesas. SONHO ANTIGO Em 2004 o projecto esteve em embrião; este ano será de preparação para, na primeira metade de 2006, tornar-se uma realidade. O grande objectivo é organizar a primeira maratona de 24 horas de pesca do mar, que é um sonho antigo do CPDVB. Outro, mas a médio prazo, é a construção de uma pista de pesca de água doce na nossa região. Entretanto, no dia 8 de Maio, o CPDVB irá organizar, na praia da Tocha, o IV Open Surf - Casting da Bairrada. Manuel Zappa zappa@jb.pt |