A Câmara de Ílhavo regista contradições no discurso do PS sobre educação e acusa o principal partido a oposição de tentar esconder responsabilidades em questões decisivas na qualidade do ensino.
Poucos dias depois de um tom positivo dado pelos partidos da oposição ao mandato autárquico, quanto ao exercício do vereador com o pelouro da educação, a concelhia socialista manifestou-se contra a forma como decorreu o arranque do ano escolar.
Na reação, a maioria Social Democrata vem a público falar em “falta de humildade democrática” para “reconhecer ou valorizar o que é, por todos e publicamente, reconhecido e bem feito”.
Acusa o PS de “falta de ética política” e de querer “criar ruído na opinião pública, camuflando o que são as totais falhas de intervenção e de assunção de responsabilidades na área educativa, entre outras, por parte do próprio Governo Socialista”.
A maioria refere que o arranque do ano letivo 2018-2019, no Município de Ílhavo, decorreu “com toda a tranquilidade” na articulação entre a Autarquia e os vários agentes da comunidade escolar (direções dos Agrupamentos, Professores, Associações de Pais).
“As Escolas estão a funcionar em pleno, algumas requalificadas por intervenção direta da Câmara Municipal (como, por exemplo, o caso da EB da Marinha Velha ou a entrada em funcionamento, brevemente, do Centro Escolar da Gafanha da Aquém); as Atividades de Enriquecimento Curricular, seja do ponto de vista estrutural, seja ao nível dos recursos humanos, foram plenamente assumidas, muito para além das competências e responsabilidades da Autarquia; o concurso para a colocação de assistentes operacionais foi lançado em data mais que oportuna, apenas condicionado por um legítimo e legal procedimento de recurso por alguns candidatos, estando o processo finalizado e pronto para que, no dia 1 de outubro, o pessoal admitido esteja em plenas funções nas Escolas; no arranque do presente ano letivo, durante duas semanas, num esforço conjunto entre a Câmara Municipal, as Escolas e as Associações de Pais, foi assegurada a colocação de assistentes operacionais nos estabelecimentos escolares, tendo ocorrido uma única anomalia em dois dias motivada por doença de uma funcionária”.
Quanto ao episódio da avaria do ar condicionado na escola da Senhora do Pranto, a autarquia fala em falha pontual. E deixa reparo ao PS por não “reconhecer” que alguns dos maiores problemas derivam de responsabilidades governamentais.
“Tomara o Município e a sua comunidade escolar que as responsabilidades, o trabalho e os compromissos que foram assumidos pela Câmara Municipal de Ílhavo, dando origem a estes excelentes resultados positivos, tivessem a mesma prontidão, os mesmos efeitos, os mesmos impactos, na resolução dos graves problemas estruturais das Escolas e da falta de Recursos Humanos por parte do Governo e da Tutela, e que são da sua direta responsabilidade, apesar das inúmeras reuniões e de todas as promessas não assumidas e concretizadas, dando-se só como exemplo a Escola Secundária de Ílhavo”.
A equipa de Fernando Caçoilo “lamenta, condena e repudia” a posição assumida pelo PS e vê posições e tons contraditórios entre o discurso da concelhia no comunicado desta quarta e o discurso do seu representante no programa “Discurso Direto”, da Terra Nova.
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