O património industrial está a perder-se em fábricas desativadas e ninguém consegue travar a destruição de arquivos.
O alerta é lançado por Manuel Ferreira Rodrigues, docente universitário de Aveiro, que trabalha no estudo e salvaguarda desse património marcante na industrialização da Região de Aveiro.
O arquivo da Casal é apresentado como exemplo e o investigador diz que há intenção de colocar o Arquivo Distrital em estreia ligação à Associação Industrial do Distrito de Aveiro para evitar mais casos, mediando os processos, fazendo a ponte com o arquivo.
Ferreira Rodrigues, que chegou a passar pela Câmara de Aveiro como vereador da cultura nos mandatos de Alberto Souto, defende que o distrito tem uma tradição de empresas que eram escolas de ofícios e que esse legado deve ser preservado.
“Fiz o possível e o impossível para salvar o arquivo da Casal e o arquivo foi destruído e metido numa lixeira. É crime sem castigo. A lei contempla os problemas da prova contabilística mas esquece o património. Todos os dias desaparecem empresas e com elas os arquivos”.
Quanto à criação de um Museu da Indústria revela que, além de Aveiro e Águeda, que já falaram sobre o tema, também Oliveira de Azeméis quer aproveitar essa oportunidade.
“A Câmara está muito interessada em promover a herança industrial porque percebeu que o potencial de desenvolvimento sustentável é enorme e potencia o turismo. O grande interesse do património industrial está associado ao desenvolvimento sustentável. Quem faz isso? Somos todos nós”.
Entrevista de Ferreira Rodrigues ao programa “Conversas”, às 19h, com referência às famílias Casal, Egas Salgueiro, Aleluia e Pinto Basto, nomes de referência na indusstrialização da região no século XX.
|