O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu ontem que o Presidente da República deve "fazer reparos e travar a onda de inaugurações" do Governo de gestão, de acordo com as suas prerrogativas constitucionais. "O Presidente da República é o garante da Constituição e tem poderes constitucionais para fazer reparos e travar esta onda de inaugurações", disse Jerónimo de Sousa. Falando aos jornalistas durante contactos de rua com a população de Aveiro, Jerónimo de Sousa salientou que "a Constituição delimita claramente os poderes de um governo em gestão", considerando abusiva a "febre inauguracionista" do executivo de Santana Lopes. "Veja-se o exemplo do secretário de Estado da Família (Marco António, também presidente do PSD/Porto), num distrito aqui ao lado, o Porto, que entre ontem, hoje e amanhã tem 25 inaugurações agendadas. É no mínimo escandaloso e não dignifica a democracia", disse. Outro exemplo que deu "do ponto a que o PSD chegou" foi o anúncio de que o ministro da Agricultura, Carlos Costa Neves, vai ser entronizado, dia 23, em Ílhavo, pela Confraria Gastronómica do Bacalhau. O secretário-geral do PCP referiu que chegam mesmo a ser candidatos do PSD a fazer inaugurações e defende que "é importante que todas as vozes da oposição se levantem contra o que se está a passar". Jerónimo de Sousa não se coibiu de depreciar o hino adoptado para os comícios dos sociais-democratas: "é um bocado piroso e o poema deve ser outro, pois para nós um homem sem trabalho é um homem desesperado, mas deve ter esperança, que é o que pretendemos trazer com a nossa mensagem". Acompanhado por Ilda Figueiredo, que confirmou abandonar o Parlamento Europeu se a CDU a conseguir eleger por Aveiro para a Assembleia da República, o líder do PCP desceu a Avenida Dr. Lourenço Peixinho, onde distribuiu cumprimentos e apelou ao voto na CDU e entrou em diversas lojas do comércio tradicional para trocar palavras com clientes e empregados. |