Um estudo das carências em saúde materna e planeamento familiar em Aveiro, Coimbra e Castelo Branco arranca este mês nos três distritos e deverá ficar concluído em Março, anunciou a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC). Avaliar a cobertura da vigilância pré-natal e conhecer as causas do abandono deste acompanhamento e estudar a morbilidade materna durante a gravidez são alguns dos objectivos específicos do projecto. O estudo das "necessidades não satisfeitas em saúde materna e planeamento familiar" visa também avaliar a qualidade dos cuidados prestados durante a gravidez e na assistência ao parto e conhecer a cobertura nos cuidados pós-parto, bem como identificar os factores que condicionam a prática do planeamento familiar neste período. Coordenado pela ARSC/Comissão Regional da Mulher e da Criança, o estudo tem o apoio técnico da Direcção-Geral de Saúde (DGS) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (Laboratório de Biometria - Departamento de Estudos de População). Vai realizar-se através da colheita de dados em amostras representativas de mulheres seleccionadas nos centros de saúde (através da análise das fichas de vigilância pré-natal), maternidades e hospitais com serviços de obstetrícia (avaliação das fichas de trabalho de parto) das sub-regiões de saúde de Aveiro, Coimbra e Castelo Branco. Serão também feitos questionários na comunidade, em que entrevistadores credenciados se deslocarão à casa de mulheres que foram mães nos seis meses anteriores para avaliar factores relacionados com a assistência no parto e a utilização ou não de leite materno, entre outros. A realização do estudo foi divulgada hoje numa conferência de imprensa na ARSC, no final de uma reunião da Comissão Regional [da Saúde] da Mulher e da Criança e de responsáveis dos vários hospitais e maternidades das três sub-regiões onde o projecto vai ser desenvolvido. Participaram na conferência de imprensa o presidente da ARSC, Fernando Andrade, Beatriz Calado, da DGS, e as médicas Fernanda Jardim e Ivone Saavedra, da ARSC/Comissão Regional da Mulher e da Criança. Nos distritos de Aveiro e Coimbra o último estudo semelhante foi realizado em 1989, pelo que esta avaliação "vai permitir comparar" ambos e "avaliar os ganhos em saúde", referiu Beatriz Calado. "[Quinze anos] É demasiado tempo. Óptimo seria que todos os distritos fizessem um estudo de cinco em cinco anos", afirmou a chefe de divisão da DGS, ao sublinhar que os índices materno-infantis na região Centro "são muito bons". Como objectivo geral do estudo figura o "apoio às iniciativas de reorganização dos serviços através do reforço das estratégias de planeamento e avaliação, voltadas para a satisfação das necessidades de saúde da população". |