“2005 deverá ser um ano de viragem para Sangalhos”. Quem o admitiu foi o autarca Sérgio Aidos que, tal como os restantes autarcas do concelho de Anadia, está a entrar naquele que será o último ano do presente mandato, mas não deixou de fazer um balanço positivo do trabalho realizado até aqui, avançando ainda uma mão meia de obras e projectos que gostaria de ver em marcha rapidamente, até porque não está descartada a hipótese de uma eventual recandidatura. “Trabalho de continuidade” Com um orçamento a ultrapassar os 200 mil euros, Sérgio Aidos acredita que, neste último ano de mandato, será possível avançar com um conjunto de importantes obras em Sangalhos, até porque, como sublinhou, “só agora estão reunidas as condições para tal”. Embora esta tenha sido a sua primeira experiência como presidente de uma Junta de Freguesia, o balanço que faz destes primeiros três anos é “muito positivo”, no entanto, reconhece que “poderia ter sido melhor se houvesse, por parte da Câmara Municipal, uma maior colaboração”. Com isto, o autarca sangalhense não quis fazer uma crítica à actuação do executivo de Litério Marques, justificando esta sua afirmação pelo facto de reconhecer que “até ao momento, o trabalho centrou-se na sede do concelho que, graças a Litério Marques, deu uma enorme volta, mudando radicalmente em poucos anos. De uma terra subdesenvolvida passámos a uma sede de concelho em franco desenvolvimento e progresso. Passámos de uma vila a cidade, graças a este presidente - homem de trabalho e dedicação”. A JB Sérgio Aidos reconhece que “o privilégio” dado a Anadia até ao momento actual era necessário, defendendo agora começar a ser necessário “olhar também para as 15 freguesias que já foram sacrificadas”, considerando mesmo ser “hora de trabalhar intensamente em todas elas”. Recusando a ideia de trabalho “eleitoralista” ou “para ganhar votos”, garante que em Sangalhos “faz-se um trabalho de continuidade e não a pensar nas eleições”, até porque a sua recandidatura não é ainda uma certeza. Plano arrojado e ambicioso Para a freguesia delineou um plano de actividades arrojado e ambicioso, mas que defende ser necessário, por forma a não deixar que a importante freguesia de Sangalhos seja ultrapassada por freguesia limítrofes mais pequenas. Admitindo que grande parte do trabalho a desenvolver terá de passar pela “imprescindível” ajuda da autarquia anadiense, Sérgio Aidos confessa que “gostaria de concluir o que me propus fazer aquando da minha candidatura.” Com uma mão cheia de projectos, a Junta de Freguesia de Sangalhos continuará a ter como prioridades a rede viária e vários alcatroamentos de estradas da freguesia. A saber: alcatroamentos da Rua da Portela, Rua do Castanheiro-Sá, Travessa das Cavadas-Fogueira, Rua da Lagoa d’Água-Fogueira, Travessa da Rua dos Fornos, estrada que liga a EN1 à Póvoa do Salgueiro, estrada Fogueira-Lavandeira e conclusão da abertura da Rua do Passal-Sangalhos, assim como o arranjo de vários caminhos, passando ainda pela intenção de, “uma vez por todas, estabelecer os limites correctos da freguesia”. Um trabalho que terá forçosamente de contar com a colaboração e empenho da Câmara Municipal de Juntas de Freguesia limítrofes. Já em matéria de electrificação e iluminação, as suas prioridades vão para a Avenida Dr. Seabra Dinis-Sangalhos, Rua Nova do Pedregal-Sangalhos, Rua Narciso da Marça-Sá. Mas uma outra área de importância vital para o embelezamento da vila passa também pela realização de diversos arranjos e embelezamentos urbanísticos, destacando-se o arranjo dos estacionamentos nas avenidas, Fogueira e Passal, acabamento do arranjo e embelezamento do Largo do Passal, do Largo da Feira-Fogueira e Largo da Póvoa do Mato, assim como dos Baldios dos Palheiros, em Sá, e o recinto de Festas, no Ribeiro. Arranjos e embelezamentos extensivos aos lavadouros da Fogueira, Sangalhos, S.João de Azenha, Póvoa do Salgueiro, Vidoeiro, Sá e Porto Lobo e às fontes da Póvoa do Castelo e do espaço da antiga Capela S.Francisco, do Paraimo. Previsto para 2005 está também a construção dos lavadouros do Paraimo e Saima com a colaboração financeira da ICOR/Ferrovial. Obras ambiciosas Mas, se estas são apenas algumas obras de mais fácil realização, o ambicioso plano de actividades do autarca sangalhense prevê ainda a implantação de um novo polidesportivo de campo sintético, a construir entre o mercado e o edifício da Junta de Freguesia -“dado o elevado número de jovens da freguesia a procurar este tipo de equipamento desportivo”; a realização de um ante-projecto para os terrenos junto ao cemitério, a poente, para a construção de habitação a custos controlados; a criação de um parque de lazer; arranjo da cobertura do edifício sede da Junta de Freguesia e zona envolvente; construção de uma piscina descoberta; construção de um novo pavilhão de desportos; conclusão das obras da Zona Industrial do Paraimo; colocação de nova sinalização devidamente homologada; colocação de mais contentores e ecopontos, passando ainda pela dinamização e apoio à criação do polo de Ensino Integrado (ensino pré-primário ao 9º ano) a promover pela Câmara Municipal de Anadia e que será construído numa área de 18 mil metros quadrados de terreno, localizado no Paraimo, mas perto do centro de Sangalhos, mais concretamente junto às antigas minas de gesso. Sérgio Aidos pretende ainda ver reforçado e desenvolvido o trabalho que vem sendo feito na biblioteca da freguesia de Sangalhos, cada vez mais visitada pela população, sobretudo jovens. Concluir as obras relativas ao saneamento da freguesia, recuperação de vários caminhos rurais, remoção de lixeiras e sensibilização da população para a problemática do lixo, reciclagem e utilização correcta de contentores e ecopontos são outras das intenções do autarca de Sangalhos, sem esquecer a manutenção nos apoios a instituições desportivas, sociais, culturais e recreio da freguesia. Contudo, Sérgio Aidos avançou a JB que gostaria ainda de ter em Sangalhos uma secção da Repartição de Finanças de Anadia, até porque, como defendeu, “é uma reivindicação inteiramente justa, uma vez que grande parte dos impostos cobrados no concelho é proveniente da freguesia”. Reconhecendo que do vasto plano de actividades o trabalho dos autarcas é muito limitado pela falta de tempo - pois quase todos mantém uma actividade profissional - e pela falta de verbas, Sérgio Aidos admitiu ao nosso jornal que “para uma freguesia enorme e urbana como Sangalhos, o autarca deveria poder estar a tempo inteiro, assim como ter uma maior autonomia financeira para a realização de obras mais simples e menos onorosas.”
Catarina Cerca |