A Caves Arcos do Rei, empresa de Anadia, vai instalar-se este ano na China, através de uma parceria local, e espera produzir e comercializar anualmente 100 milhões de garrafas de vinho, anunciou hoje o sócio-gerente do grupo. Em declarações à Agência Lusa, Rui Ribeiro, sócio-gerente das Caves Arcos do Rei, referiu que a empresa terá 51 por cento do capital da "joint-venture" e vai investir 250 mil euros na primeira fase de colaboração com uma congénere do município de Dongying, na província de Shandong. Dongying, a cerca de 700 quilómetros de Pequim, é uma cidade com 1,8 milhões de habitantes, construída na segunda metade do século XX, numa importante região petrolífera da China. "Esta nossa aposta na China resulta da necessidade de perspectivar novos mercados de futuro, numa altura em que os mercados europeus estão saturados", declarou Rui Ribeiro. O responsável salientou que a visita de uma semana que o Presidente da República, Jorge Sampaio, e uma centena de empresários portugueses iniciaram terça-feira à China "demonstra que o mercado chinês tem grandes potencialidades". O início da produção da nova empresa, designada Caves Wine Co. Ltd., está previsto para Agosto ou Setembro, segundo Rui Ribeiro, que se deslocou à China em Dezembro com o outro sócio-gerente da Arcos do Rei, António Moreira Marques. Em Novembro, António Moreira Marques já tinha estado em Dongying, onde assinou dois acordos de colaboração: um com a companhia local produtora de vinho de arroz (uma bebida tradicional com 35 graus de teor alcoólico), para o engarrafamento e comercialização de vinhos portugueses, e outro com a Comissão para a Promoção do Comércio Internacional da China, para a instalação de uma representação permanente da empresa portuguesa na cidade. Em Fevereiro, após as celebrações do novo ano chinês, Rui Ribeiro desloca-se novamente a Dongying, a fim de preparar a montagem da fábrica, uma unidade a construir de raiz, ocupando uma área de 1.400 metros quadrados. A unidade "fica equipada para poder produzir 100 milhões de garrafas de vinho por ano", embora Rui Ribeiro preveja que esta capacidade não seja esgotada no imediato. Cabe às Caves Arcos do Rei fornecer os equipamentos, assegurando ainda a exportação de vinho a granel e rolhas de cortiça, as mais modernas tecnologias de produção, a gestão do empreendimento e os estudos de mercado, enquanto o parceiro chinês constrói as instalações, contrata pessoal, fornece garrafas, rótulos, cápsulas e caixas. "Os hábitos alimentares estão a mudar entre os chineses, que começam a optar pelos vinhos ocidentais, consumindo menos as suas bebidas tradicionais", disse Rui Ribeiro. Já em Março, o parceiro chinês da empresa de Anadia começará a engarrafar algum vinho tinto português, recorrendo transitoriamente aos meios próprios de que dispõe. Dois técnicos portugueses deverão assumir localmente, a tempo inteiro, a responsabilidade pela produção e pela qualidade dos produtos da Caves Wine Co. Ltd. Todas as garrafas terão um selo com holograma integrado, para evitar falsificações. |