Após o pedido de demissão de João Pedro Mariz, a direcção do Anadia não perdeu tempo e contratou Albano Soares, que, depois de cinco épocas consecutivas à frente dos Trevos da Bairrada, onde conseguiu uma subida à II Divisão B, está de regresso ao Anadia. Paulo Idílio e Paulo Soares, adjunto e preparador físico, acompanham Albano Soares, que tem como objectivo lutar pela melhor classificação possível. ALBANO SOARES É UM TREINADOR METÓDICO Vítor Alegre, presidente do Anadia, não quis falar muito do passado recente, dos contornos que levaram à saída de João Pedro Mariz, que, à terceira vez que colocou o seu lugar à disposição, foi aceite o seu pedido pela direcção. Por iniciativa própria, Fernandito (por antecipação) e Luís Nogueira, seguiram o mesmo caminho de João Pedro Mariz, embora o segundo tenha sido, segundo conseguimos apurar, uma das primeiras escolhas da direcção para treinador. A saída de ambos prende-se com o fim do projecto que tinham com João Pedro Mariz que passava pelas camadas jovens. Sabe-se que era, e foi, intenção da direcção dispensar alguns jogadores do plantel, desiderato que não era do agrado de João Pedro Mariz. Por isso é que saiu. Vítor Alegre, sobre este assunto, não se esquivou, sublinhando que “num plantel com 25 jogadores era demasiado extenso, que era necessário fazer alguns reajustamentos”. Sobre o prazo, que eventualmente foi dado pelo ex-treinador, até ao dia 20 de Dezembro, das referidas dispensas, o líder do Anadia, disse que era mentira. Sobre as dispensas (fala-se em Alves, Sousa, Tiago, Rui Castro e Jorgito), sendo certo que os três primeiros foram mesmo dispensados, e de reforços, tendo o nosso jornal avançado com o nome de Miraldo, ex-jogador do Oliveira do Bairro e Pampilhosa, Vítor Alegre mostrou-se algo incomodado com as questões colocadas, sobretudo, com o dossiê dispensas, terminando logo ali a conversa. Sobre a aposta em Albano Soares, Vítor Alegre disse: “É um treinador exigente, à nossa maneira, é do nosso tempo. Albano Soares é um treinador metódico, com currículo, e que deixou uma marca indelével no Anadia”. ORGANIZAÇÃO E DISCIPLINA Albano Soares tem uma folha extensa de serviços. Como treinador, para além das cinco épocas no Anadia, onde realizou excelente trabalho, treinou o Fafe, Naval, Estrela da Amadora, Moreirense, Águeda, Gafanha e Tocha, o seu último clube. O seu regresso ao Anadia vê-o da seguinte forma: “É com bons olhos que regresso a uma boa casa, terra bonita e boa, num clube que assenta na organização, disciplina e, pelo seu passado e por tudo o que representa, é um clube histórico”. Questionado sobre o que lhe foi pedido pela direcção, o novo treinador dos Trevos da Bairrada disse “que trabalhasse tranquilamente e que lutasse pela melhor classificação possível. Subida? Se for possível, não a vamos deixar fugir, mas primeiro é preciso ganhar pontos”. O presidente disse que era um treinador exigente: “É verdade. Na organização, como também exijo uma relação profissional muito séria”, disse Albano Soares. No que toca aos jogadores que a direcção quer dispensar, Albano Soares limitou-se a dizer que era um assunto interno do clube. DISPENSAS E REFORÇOS É um dado adquirido. Alves, Tiago e Sousa foram os jogadores dispensados pela direcção do Anadia. E as saídas podem não ficar por aqui, não descurando os seus responsáveis a dispensa de mais dois atletas. Sendo um dos jogadores com mais tempo no clube e um jogador histórico, surpreende de alguma forma a saída de Alves. Tiago já arranjou clube, o Gândara, dos distritais da AF Coimbra, enquanto Sousa poderá reforçar a LAAC, agora treinada por Paulo Esgueirão, que conhece bem o jogador do tempo do Aguinense. Saíram três, entraram outros tantos. Diogo Patrício, guarda-redes, que vem suprir a saída de Falcão para o Luso, veio dos juniores do Mealhada. Telmo, médio, ex-Santacombadense, um velho conhecido de Albano Soares, pois foi seu pupilo no Tocha, é outra das novidades. Por último, Brasa, ponta-de-lança, ex-Pedras Rubras, que fez parte dos juniores do FC Porto, vem reforçar o ataque. Manuel Zappa zappa@jb.pt |