Portugal precisa de imigrantes e o repovoamento do país exige o combate à desertificação que é consequência de uma mortalidade que nalguns locais é superior às taxas de natalidade e de uma emigração que ciclicamente leva muita gente para fora do país.
Uma realidade que é também europeia e que o estudo "Migrações e sustentabilidade demográfica: perspetiva regional”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, apresento, ontem , em Aveiro, coloca em evidência.
Coordenado por João Peixoto (ISEG/Universidade de Lisboa), este estudo analisa o papel das migrações na sustentabilidade demográfica de Portugal a curto, médio e longo prazo, tendo por base o conceito de migrações de substituição e a construção de cenários prospetivos até 2060.
Os autores assumem tratar-se de um tema sem respostas fechadas mas que deve levar os governantes a considerarem a sua atualidade. João Peixoto, coordenador do estudo, fala de uma realidade que pode levar à perda de 2,6 cidadãos em Portugal até 2060.
“Quase todos os países mais desenvolvidos não tem nível de nascimentos suficientes para reporem as gerações e o equilíbrio. Só a Turquia está acima do limiar de renovação de gerações. Se vamos morrendo e não nascem crianças quantos migrantes a mais precisamos para compensar este desequilíbrio? Migrantes a menos ninguém precisa. Só agrava a situação”.
Maria João Valente Rosa, demógrafa e coordenadora da área da população da FFMS, sublinha essa realidade necessária de garantir mais imigração e menos emigração (com áudio).
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