A Câmara Municipal de Anadia apresentou, no passado dia 7, no Museu do Vinho, o programa de apoio à área da expressão físico-motora nas escolas do 1.º ciclo do ensino básico do município de Anadia. O programa, denominado “O Bolas”, tem como objectivo envolver os cerca de 1200 alunos pertencentes às 45 escolas do 1.º ciclo do município de Anadia, garantindo a todos a possibilidade de terem uma aula por semana, na área da expressão físico-motora, cujas instalações desportivas seleccionadas para o desenvolvimento do projecto são os pavilhões de Anadia, Sangalhos, Vila Nova de Monsarros e Azenha. A autarquia assegura os transportes e todo o equipamento necessário. A IMPORTÂNCIA DE TODOS Este projecto contará com a participação efectiva do Agrupamentos de Escolas de Vilarinho do Bairro e Anadia, que terão por sua vez, a responsabilidade de enquadrar profissional e pedagogicamente os docentes de Educação Física contratados pela autarquia, que terá como coordenador Ângelo Santos. O Centro de Área Educativa de Aveiro, através do seu gabinete de desporto escolar, participará na orientação e coordenação de todo o programa, conjuntamente com os conselhos executivos dos agrupamentos e com os serviços de desporto do município de Anadia. As actividades físicas e desportivas representam um dos fenómenos sociais com maior impacto no nosso tempo, constituindo a sua prática uma importante forma de valorização das pessoas e da sua correspondente melhoria em termos de qualidade de vida. A expressão físico-motora, enquanto área curricular, estabelece um quadro de relações com as outras formas de expressão, partilhando contributos fundamentais para a formação dos alunos ao longo da escolaridade. Na tentativa de dar respostas ao insuficiente tratamento desta área na generalidade das escolas do 1.º ciclo do concelho de Anadia, a Câmara Municipal, socorrendo-se das suas excelentes infra-estruturas e na competência dos seus responsáveis na área da educação física, avançou, sem reticências, com um projecto inovador, o de proporcionar a todas as crianças do 1.º ciclo a igualdade de oportunidades para o seu desenvolvimento global. Neste sentido, a autarquia, aproveitando o conjunto de infra-estruturas desportivas, nomeadamente pavilhões polidesportivos, garante o transporte dos alunos a essas mesmas instalações; recruta e custeia as despesas dos docentes especialistas; equipa as instalações com os materiais necessários, entre outras acções, tendo, obviamente, o apoio dos agrupamentos das escolas de Anadia e Vilarinho do Bairro, professores e conselhos executivos. Elói Gomes, presidente do agrupamento de escolas de Anadia, presente na cerimónia, em traços gerais, abordou o porquê deste projecto, sublinhando que o mesmo serve “para promover e desenvolver a físico-motora do 1.ºciclo e esta é uma situação nova que a Câmara Municipal está a promover, de dar oportunidade aos alunos, novos equipamentos e professores especializados”, realçando ainda a presença de muitos professores do Auditório do Museu do Vinho: “Os professores irão ter um papel muito importante neste projecto. Vão ser o elo mais forte”. O representante do agrupamento de Escolas Vilarinho do Bairro, Eduardo Simões, esclareceu que “o concelho de Anadia foi pioneiro na actividade física, com as Anadíadas. Este é um projecto muito bem estruturado, não foi feito em cima dos joelhos”. Por sua vez, mostrando-se como peixe dentro de água, Litério Marques, que, durante muitos anos foi professor, e ainda conserva esse estatuto, não teve rodeios em dar corpo a mais um projecto: “Ao longo da minha carreira, como professor, houve projectos e mais projectos, mas há uma grande diferença daqueles de que fiz parte naquela altura para este. Faltava o apoio, o professor era o polivalente”. O edil anadiense argumentou ainda que “desta vez, nós avançámos, porque a Câmara arrisca, com um projecto que irá ter sucesso, e só não terá se não houver participação da vossa (professores) parte. Para já, está a ser bem aceite, o que ultrapassa as nossas expectativas”. Litério Marques falou dos apoios: “Se pensarmos que o Estado não tem hipóteses de corporizar e descentralizar, não é capaz de fazer, a Câmara Municipal, mesmo sabendo que não vai receber nenhuma participação das entidades oficiais, decidiu avançar com o projecto. Pagamos tudo. Não será por falta de verbas, de equipamentos e transportes que o projecto vai falhar”. O presidente da Câmara de Anadia espera que os professores colaborem neste projecto, que era para ser a título (três meses) experimental, mas que decorrerá de Novembro a Maio de cada ano lectivo, com a generalidade das turmas a efectuar 20 sessões de actividade, num total de 1500 minutos de aula. Manuel Zappa |