Os pombos-correios orientam-se graças ao campo magnético da Terra e não ao seu olfacto, indica um estudo hoje divulgado pela revista Nature, que chama a tenção para a existência de magnetite nos seus bicos. Na sua perspectiva, esse íman natural permite-lhes ter uma percepção magnética dos percursos e cobrir grandes distâncias sem se perderem, regressando depois ao ponto de partida. Mas esta explicação magnética das aptidões particulares dos pombos-correios é contestada por alguns peritos que atribuem a orientação destes pássaros a certos cheiros que vão encontrando na atmosfera. No seu trabalho de investigação, a equipa do prof. Cordula Mora, da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, conseguiu provar que os pombos são sensíveis às perturbações do campo magnético da Terra. Numa experiência, os pombos-correios foram metidos num túnel de madeira com uma bobine eléctrica deslocável na sua parede externa. Os pássaros aprenderam a dirigir-se para uma das saídas do túnel se o campo magnético era perturbado, e para o outro no caso contrário. Ora a sua capacidade para seguir as instruções ficava enfraquecida se os investigadores colocavam ímanes no bico dos pombos, ou se a parte superior deste era anestesiada, impedindo-os de captar os campos magnéticos. Segundo os peritos, isto demonstra que os pombos se orientam de facto pelo campo magnético. Provaram ainda que a capacidade de orientação dos pássaros diminuía quando se lhes corta um nervo que fornece informações visuais ao cérebro, mas não com o corte do nervo olfactivo, o que prova, segundo eles, que não dependem dos cheiros para regressar ao seu ponto de partida. |