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20-11-2004

Coelho quer novo cartão amarelo ao governo nas próximas autárquicas


Aveiro

O coordenador autárquico do PS, Jorge Coelho, disse hoje que os portugueses devem "mostrar novo cartão amarelo" ao governo nas eleições autárquicas, cabendo ao PS criar condições para se constituir como alternativa sólida e credível.

O PS deve escolher "os melhores candidatos, sejam ou não do partido", indicou Jorge Coelho, afirmando que "os portugueses vão ter oportunidade nas eleições autárquicas de darem a vitória ao PS e de dizer não à governação desastrosa da coligação PSD/CDS".

"Vamos ajudar a dizer não a este governo que está a conduzir Portugal para uma tragédia e que precisa de levar um novo cartão amarelo, para dar direito ao vermelho da expulsão nas legislativas", declarou.

Jorge Coelho falava para os autarcas socialistas do distrito de Aveiro, na abertura da respectiva convenção, em que lembrou que os compromissos com o poder local que o PS fez antes de ser governo cumpriu quando chegou ao poder, "vivendo-se um momento de desconcentração efectiva e em que foram duplicadas as verbas para as autarquias".

"Prometemos e cumprimos ao contrário da coligação PSD/CDS, que veio com um modelo de descentralização que é uma burla, porque as novas áreas metropolitanas e as comunidades urbanas não têm um tostão para fazer seja o que for", comparou.

O coordenador autárquico nacional salientou que "o PS está na sociedade portuguesa para ganhar todos os combates", sem deixar de advertir que em eleições autárquicas "nada está ganho, nem nada está perdido", pelo que o PS tem de concorrer com ambição.

"Estamos agora a escolher os melhores candidatos e programas", disse o coordenador autárquico nacional, confiante em que o seu partido, em relação a 2001, "vai ganhar mais câmaras, mais freguesias e ter mais votos do que os adversários".

Para isso, o PS deverá apresentar-se ao eleitorado com propostas políticas de nova geração, vencidas as infra-estruturas, que apostem mais na dinamização local da criação de emprego, na promoção da qualidade de vida e no aprofundamento de políticas sociais, e na dinamização da cultura e do conhecimento.

Jorge Coelho considerou ainda ser fundamental um novo modelo de financiamento do poder local, "mais justo e adequado porque o actual está esgotado".

Não se propõe, explicou, diminuir as transferências, mas libertar as autarquias da excessiva dependência das dinâmicas da área da construção, que não é útil para o urbanismo e a qualidade de vida dos cidadãos.


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