Tem sido um ano intenso para a Banda Filarmónica da Mamarrosa, que assinala em 2016 o seu centenário. As comemorações da efeméride culminaram no último domingo, dia 13, com o descerramento de uma placa comemorativa na sede da associação, um almoço no salão da AMMA com perto de 400 participantes e um concerto de grande nível com que a Banda a todos brindou. Para trás, ficaram concertos memoráveis, a atribuição, pelo Município, do diploma de mérito e reconhecimento e uma exposição no Museu de Etnomúsica.
No almoço de aniversário, a Banda foi presenteada com 30 mil euros, por parte da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, valor que será empregue num novo fardamento. Recebeu ainda mil euros da Junta de União de Freguesias.
Após a missa de sufrágio e uma romagem aos cemitérios de Bustos e Mamarrosa e antes ainda do almoço, foi realizada a primeira parte do concerto da Banda, que interpretou “La Cotovia”, “Um dia em Viena”, “Pilatus” e “Pela Ordem Pela Pátria”. Para a segunda parte, os músicos, dirigidos pelo maestro Fernando Ribeiro Lopes, reservaram aos muitos amigos presentes (entre eles, vários presidentes de direção de Bandas da região e também alguns afamados maestros e compositores, como Ilidio Costa, Alberto Madureira e Amílcar Morais), um espetáculo surpreendente, que levou a várias ovações de pé.
Abriram com o “Tributo a Fernando Maria Cardoso”, uma peça de Alberto Madureira, que o maestro Ribeiro Lopes dedicou ao Padre Gustavo Fernandes, desejando-lhe os maiores sucessos no trabalho nas paróquias de Bustos e Mamarrosa, que recentemente encetou. Depois de “The Greatest Hits” (aranjo de Diogo Costa), seria protagonizado, por Ricardo Neves, um dos momentos altos da tarde. O jovem cantou e encantou com a interpretação de “Granada”, “Sole Mio” e “Surdato Nammurato”.
O concerto terminou de forma festiva e efusiva, com a Banda a interpretar a Marcha “Mamarrosa”, uma oferta e homenagem do Capitão e maestro Amílcar Morais no âmbito do centenário da Banda.
Em tão importante data, a atual direção, liderada pela bisneta do fundador, Susana Pato, entendeu homenagear todos os maestros e presidentes de direção. Assim, subiram ao palco os maestros Silas Granjo e Fernando Ribeiro Lopes (foram também mencionados Juan Carlos Fernandez, Vítor Ferreira e Paulo Margaça, a quem serão entregues os diplomas mais tarde); e os antigos presidentes Manuel Plácido (já falecido, diploma entregue à filha Cristiana Almeida), Afonso Libório, Fausto Silva, Arsélio Canas, João Bastos e a própria Susana Pato.
A atual presidente lembrou, então, um ano recheado de novidades, com concertos “absolutamente memoráveis” da Banda Sinfónica da GNR; Banda da Marinha e da Banda Sinfónica da PSP; e a inauguração da Exposição «100 anos de história» no Museu de Etnomúsica da Bairrada.
A presidente frisaria que este trabalho “é contínuo, ajudado por muitos, criticado por muitos outros, provavelmente, aqueles que nunca souberam o que é fazer parte de uma associação com o trabalho que esta exige”, deixando o repto: “a apenas alguns meses das eleições para a nova direção, é hora de quem tanto critica, colocar mãos à obra”. Mas… com a convicção de que não é um trabalho fácil. “É um trabalho voluntário, e em que despendemos muito tempo, dedicação, muito amor…em suma, muito de nós.”
A presidente confessou que não conseguiu “fazer tudo o que queria [por exemplo, as instalações do Museu da Banda], mas fiz sempre o melhor que consegui, e trabalhei todos os dias para a associação”.
Deixou ainda inúmeros agradecimentos a todos os patrocinadores e amigos que têm ajudado a associação (ABCRM, que serve de suporte legal à Banda e assinalou 38 anos) e a Banda.
Caberia ao presidente da Câmara Municipal, Mário João Oliveira, encerrar os discursos, manifestando que tem acompanhado de muito perto, ao longo dos últimos 11 anos, “a vida, dinamismo e trabalho desta grande associação”.
Destacou que “festejar cem anos com saúde é para muito poucos” e que “juventude, qualidade, inovação, criatividade são atributos desta Banda, tendo por base o trabalho do seu maestro”. Este ano em particular, regozijou-se pelos “maravilhosos arranjos interpretados por Ricardo Neves”.
Disse ainda ter acompanhado as comemorações do centenário “e aquilo que foi feito teve muito trabalho, dedicação, entrega, conhecimento e persistência”. “Conseguiram a Susana e o maestro, trazer a esta vila o melhor do que existe no país em termos de bandas e de música”, agradecendo a ambos em nome do município de Oliveira do Bairro. Como prenda à Associação, deixou um cheque de 30 mil euros para um novo fardamento.
Oriana Pataco
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