Depois da renúncia ao mandato na Assembleia Municipal de Ílhavo, Eduardo Conde anuncia também a entrega do cartão de militante do PSD. O tema acabou por surgir numa noite de debate na AM de Ílhavo já sem Eduardo Conde que nas redes sociais anunciou ter razões para deixar a militância. Considera que foi tratado com “sobranceria” depois de anunciar a renúncia ao mandato.
“E, da mesma forma que ao longo dos anos a poeira assentou nos parapeitos do poder, o processo por que passei após a renúncia ao mandato no Assembleia Municipal, a sobranceria com que fui tratado por quem deveria estar na primeira linha de entendimento com a minha pessoa, ultrapassaram o limite do razoável e da desfaçatez, apesar das dezenas e dezenas de militantes que em privado me manifestaram solidariedade e carinho. Entrego o cartão de militante do PSD, porque me recuso a compactuar com uma situação em que existem militantes de primeira e de segunda, em que existem lugares cativos e em que as regras são definidas fora das assembleias do partido, ignorando a vontade dos cidadãos e pugnando por uma ideologia de pensamento único”.
O antigo autarca da Gafanha da Encarnação diz que o PSD local se tem afastado da matriz de pensamento de estadistas como Olof Palme, Helmut Schmidt, Ségolène Royal, António Guterres ou Francisco Sá Carneiro que vê como “referências maiores do pensamento e práticas Social Democratas”. Promete ficar atento e assume que vai propor novas soluções.
“Vou entregar o cartão de militante, continuando como observador atento, crítico, propondo novas soluções e caminhos, mas com a independência que a minha voz sempre teve, a racionalidade e a emoção que a minha personalidade obrigam e a justeza de convicções me impõe. O Concelho de Ílhavo precisa de Razões fortes no pensamento, Prioridade na introspeção criativa e criação de valor, Entusiasmo na acção, Urgência na identificação do seu posicionamento estratégico, Paixão na dedicação a uma melhor qualidade de vida para todos”.
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