Quezílias entre os proprietários de dois cafés, situados lado a lado, no centro de Mogofores, terão estado na origem de um episódio de violência que terminou, na noite de domingo, com seis feridos, dos quais quatro deram entrada no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Os outros dois, foram por meios próprios para o Hospital de Anadia.
Os bombeiros de Anadia transportaram dois dos quatro feridos: um homem de 73 anos, que apresentava sintomas de intoxicação por inalação de produto tóxico e um outro, de 31, com sintomas de queimaduras por produto ácido. A SVB (INEM) de Anadia e os bombeiros da Mealhada terão transportado outros dois feridos.
Os problemas entre proprietários de estabelecimentos vizinhos duram há mais de um ano e culminaram, já por várias vezes, em agressões.
A filha da proprietária do Café “Cantinho dos Ossos” disse, ao JB, que não comentava o episódio ocorrido, reservando todas as explicações para a justiça.
Já os proprietários do outro café – “Hora Extra” – queixam-se de viver em constante sofrimento e argumentam que só querem trabalhar e inovar, o que tem causado “inveja”.
Vauleide Furtado vai mais longe e diz que o ataque foi planeado no dia anterior, já que “um cliente de ambos os cafés, tinha-nos dito que eles se preparavam para vir cá no domingo para partir tudo”. “E no domingo partiram cadeiras e copos e viraram mesas, causando pânico, o que obrigou os clientes, assustados, a fugir”, explicou. O marido, Afonso Furtado, conta que domingo era dia de peregrinação ao Santuário Senhora Auxiliadora, localizado ao lado, e o seu café estava cheio, tendo recorrido, inclusivamente, a uma sala, contígua, que está em processo de licenciamento, onde servimos almoços, para encaminhar os clientes. “De um momento para o outro, a proprietária do café ao lado, entrou aqui e começou-nos a insultar e a perguntar onde estava a minha mulher, porque lhe ia partir a tromba”, acrescentou, sublinhando que “naquela altura, nunca saiu do seu café e tudo o que possa estar a ser dito, é pura mentira. Não fui lá fora provocar ninguém, como parece quererem inventar”. “Às provocações que são feitas, tenho respondido sempre com desprezo e com trabalho”, reforça Afonso Furtado.
Confrontada com o facto de alguns feridos apresentarem sinais de queimaduras ou inalação de produtos tóxicos, Vauleide Furtado diz desconhecer tal situação, estranhando, no entanto, que “os feridos que deram entrada no hospital, terem sido exatamente os nossos concorrentes”.
Ana Matias, comandante dos Bombeiros Voluntários de Anadia confirmou ao Jornal da Bairrada que foram transportados quatro feridos, dois dos quais pela corporação anadiense.
Os proprietários do Café “Hora Extra” ainda não apresentaram queixa, contudo, deram a conhecer que já existe uma queixa anterior contra os concorrentes do lado que está a seguir os trâmites legais.
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