Falando no colóquio "Para a Europa? Vamos por mar!", promovido pela revista Cargo, aquele especialista sublinhou que o número de camiões TIR que podem ser substituídos pelo transporte marítimo, ainda "pode ser ampliado no dia em que houver uma ligação ferroviária do porto à rede nacional".

Por sua vez, o presidente da Associação Portuguesa do Transporte Marítimo de Curta Distância (APTMCD), Bruno Bobone, lamentou profundamente que o "Governo não convoque a APTMCD para o debate sobre o desenvolvimento do transporte marítimo em Portugal".

"Em 12 anos tivemos 12 ministros e 10 secretários de Estado no sector e, agora, com a divisão do sector em dois ministérios perdeu-se totalmente o controlo da situação", frisou.

Durante o debate, Vieira dos Santos e Lopo Feijó, ambos da Comunidade do Portuária do Douro e Leixões (CPDL) insurgiram-se contra a criação da holding de portos, "uma vez que vai tirar capacidade aos portos e, com ela, mais se irá para a Europa por terra".

Ainda sobre a ???, Lopo Feijó disse "não acreditar nos aumentos das cargas portuárias por via administrativa, conforme pretende a tutela", e desafiou o representante da Sponsor (empresa espanhola que elaborou o estudo da holding) a justificar as conclusões do referido documento.

Feijó defendeu por outro lado, "o princípio do pagador/utilizador/beneficiário, coisas que até agora ninguém falou".

"Se os associados da ANTRAM (transportadores rodoviários de mercadorias), vão ter benefícios nos pagamentos das SCUT, porque não há benefícios para o transporte marítimo", questionou.

Entretanto, Braga da Cruz, presidente do Administração do Porto de Aveiro, em declarações à Lusa reportou-se ao evento como uma reflexão sobre os desafios do transporte marítimo de curta distância e a "importância do porto no sistema de transporte, não só ao serviço da região, como do País".

"Para o Porto de Aveiro é uma oportunidade de dar a conhecer o desenvolvimento é uma oportunidade para mostra o desenvolvimento que está a ter, adiantando que de momento porto pode receber navios até 140 metros de comprimento, ou seja, com 8 metros de calado.