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NOTÍCIAS | | | 06-10-2004
| Tertúlia Bairradina brilhou na América
| Oliveira do Bairro |
| A Tertúlia Bairradina, grupo de Fados de Coimbra, regressou, na penúltima quarta-feira, dos Estado Unidos da América, mais concretamente da zona de Newark, onde efectuou dois espectáculos, que correram da melhor forma e que assinalaram os dez anos que o grupo está comemorar.
“FOI DEUS”
Primeiramente em Danbury e depois no Salão Paroquial N. Senhora de Fátima em Elizabeth, no Estado de New Jersey, o grupo efectuou espectáculos de duas horas cada com direito a um intervalo.
No caso do espectáculo em Elisabeth, devido ao grande êxito que teve, o grupo acabaria por interpretar, no dia seguinte, um fado de Amália “foi Deus” no final da Eucaristia Dominical. “Um dos momentos altos do grupo”, referiu Horácio Branco, afirmando que nunca esperou actuar no interior da Igreja N. Senhora de Fátima, de Elizabeth, que é pertença da comunidade portuguesa.
Aliás, Horácio Branco, porta-voz do grupo, afirma que os objectivos, traçados à partida, foram cumpridos na sua íntegra, reconhecendo que o êxito deve ser repartido pelos emigrantes que acolheram o grupo nas suas casas e brindado por todos os presentes nas actuações.
“Nós gostamos de conhecer a realidade dos emigrantes e é por isso que estamos aqui para saber como é a vossa vida”, afirmou Horácio Branco, no início da actuação em Danbury, onde as mais de 300 pessoas aplaudiram em pé o grupo que se viu forçado a interpretar mais um tema.
Para trás ficaram canções de Coimbra, que se viram imortalizadas ao longo dos anos, como o “fado da despedida”; “canção das lágrimas”; “o mundo dá tanta volta”; “o meu menino é de oiro”; “o fado da mentira”; “fado das mágoas”, ou “a balada do 5º ano jurídico”.
EM CASA DE EMIGRANTES
Nos dois primeiros dias, os elementos da Tertúlia ficaram hospedados na casa de um simpático casal, Hélder Pinho e Arménia Pinho, oriundos de Amoreira do Repolão, Oliveira do Bairro, que disponibilizaram, na íntegra, a sua bela casa.
Já os restantes dias foram repartidos pela casa do jovem casal Miguel e Maria Moniz, da Gafanha da Nazaré, e pela moradia de Horácio Rei, do Repolão, Oliveira do Bairro. Todos eles não regatearam esforços para que nada faltasse à comitiva, acompanhada também pelo Jornal da Bairrada.
Os espectáculos foram organizados em colaboração com duas associações portuguesas que se prontificaram a ceder os seus majestosos salões reunindo as melhores condições acústicas.
Os dois espectáculos, com a lotação não esgotada, mas com as salas bem cheias, foram precedidos de um agradável jantar que em muito ajudou a criar o ambiente necessário a que o fado se fizesse ouvir.
Horácio Branco explicou ao Jornal da Bairrada que, à semelhança da digressão do grupo, no ano passado, ao Estado de Massachusetts, esta também correu bem, mas teve um a vertente mais entusiasmante pelo facto do grupo estar a comemorar dez anos de uma intensa actividade.
Para o bairradino Hélder Pinho ter a Tertúlia em sua casa foi um privilégio. “É um grupo de jovens que muito nos entusiasma e nos ajuda a esquecer um pouco as saudades do nosso Portugal”. É que, segundo afirma, “apesar da América ser o nosso segundo país, nunca nos esqueceremos da terra onde nascemos e vivemos. É importante que as nossas raízes sejam mantidas”, justificando que “faz parte de um grupo Folclórico Português que ajuda a manter as tradições”.
Já Miguel Moniz que disponibilizou a sua casa para receber parte dos elementos da Tertúlia, conta que esta é a segunda vez que com contacta com os elementos do grupo, apesar de conhecer de há muitos anos um dos elementos. “É sempre bom ter portugueses entre nós”, desabafa.
Do outro lado da Avenida, reside Horácio Rei, que explora uma loja e que alojou mais dois elementos da Tertúlia. Disponibilizou a sua moradia e ainda uma carinha que acompanhou os elementos aos locais onde actuaram.
Horácio Rei diz que já está há muitos anos emigrado na América e sempre esteve ligado à comunidade portuguesa, até porque, segundo conta, a particularidade de possuir uma loja que vende produtos tipicamente portugueses é algo que “nos permite lidar directamente com a comunidade portuguesa”. “Aqui na loja vendo tudo e mais alguma coisa. É óptimo”.
ANIVERSÁRIO
Apesar dos seus 10 anos de existência, o grupo soma uma mão cheia de actuações. Para além das várias que efectuou aos Estados Unidos, já calcorreou o Canadá, França, Espanha, Suiça, e Lichtenstein, entre outros países.
Recorde-se que, em Outubro de 2003, o grupo esteve em New Bedford, no Estado de Massachusetts onde efectuou várias actuações, entre elas uma na Universidade de Providence que muito honrou o grupo.
Os elementos do grupo que integraram esta digressão foram: Horácio Branco (voz), Fausto Rodrigues (guitarra portuguesa), Ernesto Garrelhas (guitarra portuguesa), Carlos Ribeiro (guitarra portuguesa), Alexandre Barros (guitarra clássica) e José Carlos (guitarra clássica).
Agora esperam que novas oportunidades surjam para que possam acima de tudo levar um pouco da cultura portuguesa, como confraternizar com as várias comunidades de emigrantes existentes em todo o mundo.
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