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20-09-2004

Incineração é muito mais cara que reciclagem - estudo


Incineração

A incineração de resíduos urbanos é um processo muito mais caro que a reciclagem e compostagem, conclui um estudo encomendado pelo ministério do Ambiente, de que a associação ambientalista Quercus dá hoje conta. De acordo com o estudo, a incineração custa às autarquias cerca de 26,5 euros por tonelada, enquanto o tratamento mecânico e biológico (reciclagem e compostagem) custa cerca de 16 euros por tonelada. Em comunicado hoje divulgado, a Associação Nacional de Conservação da Natureza assinala que o estudo encomendado pelo ministério à Universidade Nova de Lisboa, e elaborado por sete especialistas do departamento de ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologias, confirma um estudo realizado no ano passado pela Quercus, sendo os valores diferentes apenas porque o mais recente estudo não inclui alguns gastos como o transporte. A Quercus recorda que além do seu estudo e daquele encomendado pelo ministério, já outros dois, realizados pela Hidroprojecto para a ERSUC (empresa que detém a concessão do sistema multimunicipal de tratamento de resíduos urbanos dos distritos de Aveiro e Coimbra) e pela AMTRES (Associação de Municípios de Cascais, Oeiras, Sintra e Mafra) tinham chegado a idêntica conclusão. Face a estes dados, indica a Quercus no comunicado agora divulgado - e que faz manchete na edição de hoje do Público -, "torna- se ainda mais evidente que o projecto de instalar um incinerador na ERSUC seria um grave erro não só ambiental mas também económico, penalizando as autarquias que teriam assim de suportar elevadas tarifas para o tratamento dos seus resíduos urbanos". A Quercus sublinha que, no caso da ERSUC, os custos de transporte dos resíduos, não incluídos no estudo universitário, iriam penalizar ainda mais a opção pela incineração, dado tratar-se de um sistema com uma enorme área (cerca de 7000 quilómetros quadrados) e uma vez que a incineração tem de ser centralizada, ao contrário do tratamento mecânico e biológico, que pode funcionar em unidades descentralizadas. Assim, conclui o comunicado da Quercus, a única leitura a fazer dos dados é que "a ERSUC tem de abandonar o projecto de construir uma incineradora e avançar desde já com o tratamento mecânico e biológico", a bem do ambiente e "para não 立溮뚫 os limitados recursos financeiros das 36 autarquias do Litoral Centro".

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