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24-08-2004

Subir ao Olipmo


Univer(sal)idades

Nestes segundos em que escrevemos ou lemos, o tempo que para uns pode ser de vitória ourada em Atenas, para outros poderá significar o desespero e mesmo o fim, em Najaf–Iraque, ou em tantas outras cidades-países, onde a crise humanitária atinge proporções inimagináveis pela sua des-humanidade. Na análise, tudo dependerá das latitudes planetárias, das distâncias de quilómetros, e, se calhar, mesmo de uma certa “sorte oculta” que suscitou certas pessoas nascerem em certos países. Por exemplo, em termos desportivos, que seria do campeão nadador australiano Ian Trophe (que venceu sete medalhas de ouro, há quatro anos, em Sydney) ou do norte-americano Michel Phelps (que disse superar o ‘torpedo’ australiano de tamanha glória)…que seria destes nadadores-génio se tivessem nascido numa Somália ou Nigéria? Esta questão, parecendo sem-sentido, tem todo o fundamento: qualquer génio (desportivo, intelectual, cultural ou político) poderia não o ser. Todas as circunstâncias se conjugaram para que ele fosse genial, por vezes o brilho no meio da escuridão. Mas, se tivesse nascido noutra latitude, onde estaria ele a ser o mais rápido!? (Quantos heróis ocultos nos países mais pobres do planeta, que não têm condições de treino nem um palco de visibilidade onde brilhar?!) Tal envolvência, que possibilita o triunfo, deverá facultar ao herói olímpico as atitudes mais nobres: não só a glória, mas também a honra no que ela tem de saber vencer; a humildade do vencedor que, de ouro ao peito, acaba por saber e sentir que, mesmo dando todo o seu melhor, qual servo simbólico de humanidade, “não fez mais que sua obrigação”! Assim, no ideal, a ética, o símbolo exemplar, o anti-doping, a pureza de actuação e busca de perfeição, numa globalidade quase-total de desportos, acabam por ser (ainda) o esforço do último reduto de verdadeiro desporto que os Jogos Olímpicos vão conseguindo ser e transmitir. 2. Entre outros jogos da antiguidade clássica, estes, os Olímpicos, sobreviveram. Das bases de referência da sua origem…tudo parava, até a guerra, para os viver e observar. Não, ao acaso, mas pelo seu espírito. Acabando, naturalmente, com o império do tempo…retomaram em 1896, na chamada ‘era moderna’, a sua presença histórica. Curiosamente, neste recomeçar muito simples, em 1896, Atenas recebera atletas de 13 nações, entre os quais uma equipa de ginastas alemães e uma equipa de atletismo americana. (No combate da II Guerra reencontraram-se.) Eram um total de 285 participantes, em nove desportos representados, tendo os restantes países alinhado com um ou dois atletas. Na altura foram relativamente escassos os espectadores. Entretanto, o (seu) desígnio olímpico foi crescendo…impregnado de valores e ideais universais e, simultaneamente, acompanhando (na participação, ausência, problemática) as vicissitudes sintomáticas dos labirintos da história do passado século XX. Mesmo nos tempos mais difíceis, os Jogos Olímpicos aí estiveram, nem que fosse num degladiar das potências económico-militares, como que transferindo a guerra do campo da batalha para o estádio olímpico…quase que obrigando e impondo aos seus atletas a essencial missão de representar dignamente o seu país na pista, piscina, campo, ginásio, etc. Qual montra, nem que fosse só uma questão de simples imagem, das virtualidade globais de uma nação! 3. Neste assumir crescente da geopolítica dos Jogos Olímpicos (como hoje qualquer acontecimento desportivo universal, e por isso raramente realizado: pensemos no nosso Euro 2004), cada vez mais as nações acolhedoras dão tudo de si para muito bem organizar e acolher quem os visita (nem que seja pela TV: estas visitas atingirão cerca de 4 mil milhões de telespectadores). Na expectativa (mesmo que com dúvida) do retorno económico e social. O certo é que, para além de tudo, há uma memória a preservar, um retorno histórico a ‘casa’ a celebrar. Foi o que os gregos fizeram: ainda que os jogos estejam a ser pouco participados localmente pelos espectadores gregos, quem, não se sentiu identificado com a viagem maravilhosa do pensamento ocidental com que fomos presenteados na cerimónia de abertura?! Se para os gregos o orgulho era lógico e evidente, para nós era quase sintoma do fechar de um ciclo: no início do século XXI os Jogos Olímpicos regressaram a casa! O verdadeiro espírito que os viu nascer esteve sempre bem presente! Ainda que para alguns (dos 10.500 atletas de hoje) esta respeitabilidade já seja difícil de ser vivida… Sentindo que estamos numa certa fronteira, caberá perguntar se haverá futuro para os (verdadeiros) Jogos Olímpicos? Qual a sua nova missão, como lugar de unidade, num encontro sempre inédito de tantas gerações e diversidades (culturais, políticas, religiosas)? Na base da sua origem, não conta só chegar primeiro, mais alto, mais forte. Há uma chama de ética exemplar (por isso olímpica) que quer ‘arder’ continuamente em todas as nações! O ouro olímpico reclama mais: que poderão fazer pelas suas sociedades locais os mais de duzentos comités olímpicos presentes em Atenas para que o desporto, pelo seu fascínio nas novas gerações, contribua ainda mais para a educação de uma sociedade melhor?! (A busca desta essencial resposta, numa “mente sã” seria também uma in-quietação dos clássicos!) O Olimpo está cheio de significados, onde nada é deixado ao acaso! A vontade de subir será o primeiro passo… e este Ano (Olímpico) Europeu da Educação pelo Desporto relembra essa nobre tarefa do desporto. Que pode mais ser o desporto-como-educação na vida das nações? alexandre cruz, cufc

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