A Direcção da Organização Regional de Aveiro (DORAV) do PCP veio hoje denunciar que as "contradições inerentes ao processo de integração capitalista da UE são bem visíveis – entre muitos outros aspectos – nas inaceitáveis chantagens exercidas sobre Portugal. A decisão de sanções e a ingerência quanto a opções futuras (designadamente no que toca ao OE 2017) constitui mais um elemento de condicionamento à política de reposição de direitos e rendimentos seguida pelo Governo PS, no quadro da posição conjunta assinada entre o PS e o PCP. A hipocrisia das posições da Comissão Europeia é tanto mais evidentes, quanto é ela própria, em conjunto com PSD e CDS, a responsável das políticas que agora se propõe sancionar". Para os comunistas de Aveiro, "a situação da Caixa Geral de Depósitos sublinha a necessidade de um sector bancário público orientado para a dinamização da economia nacional, designadamente no apoio às micro, pequenas e médias empresas e ao sector produtivo. A recapitalização da CGD, sendo necessária, não pode ser concretizada a partir de critérios economicistas, nem com recurso a expedientes que limitem a sua expansão e prestígio, designadamente com o encerramento de balcões, despedimentos, ou recurso a formas de privatização parcial. A estratégia de destruição do prestígio da CGD por parte de PSD e CDS é reveladora da vinculação destas forças políticas ao projecto das oligarquias financeiras e dos grandes grupos económicos, em geral, que procuram destruir o sector público bancário". O actual quadro político-económico "evidencia a pertinência das propostas do PCP no que toca à urgência de renegociar a dívida pública, libertar o País dos constrangimentos decorrentes da participação de Portugal na União Económica e Monetária, e nacionalizar a banca comercial. A concretização destes três eixos é vital para que seja possível prosseguir e aprofundar o caminho de reposição de direitos e rendimentos até agora realizado, rumo a uma efetiva rutura com a política de direita, libertando Portugal da submissão à União Europeia". A evolução "ligeiramente positiva" do emprego no Distrito – que regista um pequeno decréscimo dos desempregados registados – "não pode iludir a situação alarmante que persiste nesta matéria, bem como o facto oportunamente denunciado pela União de Sindicatos de Aveiro, de continuarem as operações estatísticas do IEFP para mascarar os números reais do desemprego, dando continuidade ao que vinha ocorrendo durante o mandato do anterior Governo".
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